Em Seis Meses de Milei, Argentina Registra Primeiro Superávit Trimestral e Queda na Inflação

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Miami (Usa), 11/04/2024.- Argentina's President Javier Milei speaks at the Florida International University Biscayne Bay Campus in Miami, Florida, USA, 11 April 2024. Milei arrives to South Florida for a 3-day trip. EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

As medidas de choque implementadas pelo presidente Javier Milei estão colocando a Argentina no caminho certo para controlar a economia, de acordo com especialistas.

Contexto Econômico

Ao assumir a presidência em 10 de dezembro de 2023, Javier Milei enfrentou uma inflação superior a 200% nos últimos 12 meses. Em novembro, os preços subiram pouco mais de 160%. Em abril de 2024, a inflação acumulada atingiu 289,4%, mas a tendência é de queda, marcando a quarta redução consecutiva, com 8,8% em abril contra 11% em março.

Medidas Implementadas

Os analistas consultados pela CNN apontam que o “tratamento de choque” proposto por Milei está direcionando o país corretamente para estabilizar a economia. Camilo Tiscornia, professor de macroeconomia na Pontifícia Universidade Católica da Argentina, destacou que o governo compreendeu a gravidade da situação macroeconômica e agiu para reduzir o gasto público, visando eliminar o déficit fiscal.

Resultados e Impactos

As ações de Milei incluíram cortes em investimentos na indústria e comércio, revogação de leis ambientais e políticas para facilitar a privatização de estatais. Também houve cortes nos subsídios de gás, eletricidade, combustíveis e transportes públicos. Em março, o governo registrou seu primeiro superávit trimestral desde 2008, com um saldo de 275 bilhões de pesos.

“A inflação caiu porque o gasto público caiu. A demanda do estado hoje é muito menor”, afirmou Mauro Rochlin, economista e professor da FGV. Ele acredita que o país está no caminho certo devido à significativa redução da inflação.

Desafios e Perspectivas

Apesar dos sinais positivos, a atividade econômica tem recuado, com uma queda de 8,4% em março em comparação a fevereiro, marcando o quinto mês consecutivo de retração. Tiscornia explicou que essa desaceleração era esperada devido às medidas necessárias para controlar a inflação.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe da consultoria Laatus, avaliou que, embora ainda haja muito a ser feito para recuperar a economia argentina, os sinais positivos começam a atrair investidores internacionais. Ele destacou a desvalorização de quase 50% do peso ante o dólar como uma medida essencial para estabilizar o câmbio e controlar a inflação.

Desde a posse de Milei, o índice S&P Merval, referência da bolsa de valores argentina, aumentou mais de 70%, atingindo 1.659.247,63 pontos em 3 de junho.

Repercussões e Avaliações

O FMI classificou o plano de estabilização de Milei como “ousado” e “muito mais ambicioso” que os antecessores, reconhecendo o compromisso de eliminar os déficits fiscais e remover obstáculos ao crescimento. No entanto, os economistas ressaltam que, apesar dos avanços, a situação exige cautela quanto à sustentabilidade das medidas.

Mauro Rochlin advertiu sobre o impacto social das reformas, observando que a redução da inflação também está aumentando as tensões sociais. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) mostram que 41,7% da população argentina estava em situação de pobreza no final de 2023. Um relatório da Universidade Católica da Argentina apontou que a pobreza atingiu 57,4% em janeiro, o maior índice em pelo menos 20 anos.

Roberto Luis Troster, economista, enfatizou que, embora Milei esteja fazendo um bom trabalho, é crucial definir os próximos passos em áreas como educação e saúde, fundamentais para o crescimento sustentável do país.

Fonte: CNNBrasil

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