Estudo revela que estiagens serão mais frequentes e calor extremo pode ameaçar saúde e infraestrutura

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O Brasil está enfrentando uma das secas mais intensas de sua história, acompanhada por temperaturas bem acima da média. Um estudo recente do World Resources Institute (WRI) alerta que crises climáticas, como estiagens severas e calor extremo, se tornarão cada vez mais comuns nas próximas décadas. A pesquisa analisou 996 cidades em todo o mundo, incluindo 32 brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, revelando os impactos devastadores do aquecimento global.

Os cientistas avaliaram diversos fatores, como saúde pública, infraestrutura e produtividade econômica, em cenários com diferentes níveis de aumento da temperatura global. De acordo com o estudo, a diferença entre um aumento de 1,5°C e 3°C pode ter consequências catastróficas para bilhões de pessoas, especialmente as mais vulneráveis. O ano de 2024 já se aproxima como um dos mais quentes da história, com a temperatura média global 1,4°C acima dos níveis da era pré-industrial.

Impactos do calor e riscos à saúde

Se o aquecimento global atingir 3°C, a frequência de ondas de calor aumentará drasticamente. O número de ocorrências anuais poderá subir de 4,9 para 6,4, com a duração dessas ondas se estendendo de 16,3 para 24,5 dias. Cidades como Cuiabá, por exemplo, poderão enfrentar até 12 ondas de calor por ano, o que dificultará a adaptação do corpo humano e colocará a saúde da população em risco. Além disso, o calor extremo favorece a disseminação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue e o zika vírus.

Em 2024, o Brasil já registrou uma epidemia de dengue sem precedentes, com cerca de 6 milhões de casos e quase 4 mil mortes. O aumento das temperaturas cria condições ideais para a propagação dessas infecções, resultando em mais dias favoráveis para a transmissão do vírus.

Aumento no consumo de energia e pressão sobre a infraestrutura

Com o calor crescente, a demanda por energia destinada à climatização também deve disparar, especialmente na América Latina. O consumo de eletricidade para resfriamento pode dobrar, pressionando os sistemas de energia e elevando os custos. No Brasil, as contas de luz já estão mais altas devido à seca e aos baixos níveis dos reservatórios, cenário que pode piorar com a maior demanda por energia.

Para minimizar os impactos do aquecimento global, especialistas sugerem investimentos em infraestrutura verde. Áreas arborizadas e o uso de energia solar são apontados como soluções capazes de reduzir as temperaturas nas cidades e diminuir a dependência de fontes de energia fósseis. Essas medidas não apenas ajudam a estabilizar o clima, mas também melhoram a qualidade de vida nas áreas urbanas, tornando-as mais preparadas para enfrentar os desafios climáticos futuros.

Fonte: JovemPan

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