Ibovespa Registra Maior Queda de 2024 entre 15 Bolsas Globais, Aponta Ranking

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Alta dos juros nos EUA, economia chinesa enfraquecida e cenário fiscal brasileiro contribuem para a queda

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), teve a maior queda de 2024 entre 15 das principais bolsas do mundo. Esse resultado foi revelado por um ranking elaborado por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.

Até 30 de maio, o Ibovespa acumulou uma queda de 14,82% em termos de retorno em dólares. Essa base comparativa é utilizada para assegurar a uniformidade entre os países. Em termos nominais, ou seja, considerando os retornos na moeda nacional, o índice caiu 7,99% no ano, fechando aos 122.098 pontos nesta sexta-feira (31).

Motivos para a Queda do Ibovespa

1. Juros Altos nos Estados Unidos

Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus Capital, explica que os investidores começaram o ano esperando cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA, o que não aconteceu. Com os juros atualmente entre 5,25% e 5,50% ao ano, a maioria dos investidores acredita que uma queda significativa nas taxas só ocorrerá no último trimestre de 2024. A economia americana continua forte, mantendo o consumo elevado e pressionando a inflação, o que força o Fed a manter os juros altos.

Essas taxas elevadas nos EUA atraem investidores para os títulos públicos americanos, considerados seguros e rentáveis, retirando dinheiro de mercados de risco, como a bolsa brasileira.

2. Atividade Econômica na China

A economia chinesa, principal parceira comercial do Brasil, começou o ano com a expectativa de grandes investimentos em infraestrutura, especialmente no setor imobiliário. No entanto, a atividade econômica do país está abaixo do esperado. Isso impacta diretamente empresas brasileiras como a Vale, cujas ações caíram quase 20% em 2024, devido à menor demanda por minério de ferro, principal commodity exportada para a China.

3. Cenário Fiscal Brasileiro

Internamente, o Brasil enfrenta preocupações fiscais. Em abril, o governo alterou a meta fiscal para 2025, propondo déficit zero em vez do superávit de 0,5% projetado anteriormente. Essa mudança elevou a percepção de risco fiscal e deteriorou as expectativas do mercado. Além disso, a cautela com a política fiscal tem limitado a expectativa de cortes na taxa Selic, que foi reduzida em apenas 0,25 ponto percentual na última reunião do Copom, para 10,5% ao ano.

André Colares, presidente da Smart House Investments, afirma que a percepção de risco fiscal elevado e a alteração da meta fiscal para 2025 contribuem para a volatilidade do mercado e restringem as expectativas de redução nas taxas de juros. A desconfiança dos investidores é intensificada pelo temor de intervenções do governo em empresas estatais, como a Petrobras, que recentemente passou por mudanças na presidência.

Ranking Completo e Perspectivas

No ranking global, o Ibovespa teve o pior desempenho entre as principais bolsas da América Latina, incluindo México, Colômbia, Argentina, Peru e Chile, e entre os principais mercados do mundo, como Estados Unidos, China, Japão, França, Inglaterra e Alemanha.

Fonte: G1

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