Julian Assange, fundador do WikiLeaks, finalmente encerrou uma longa batalha judicial com os Estados Unidos, declarando-se culpado e garantindo sua liberdade. Em uma audiência surpreendente na quarta-feira (26), Assange concordou com um acordo judicial que resultou na sua libertação após 12 anos.
Liberdade Surpreendente
Assange, de 52 anos, foi libertado de uma prisão de segurança máxima em Londres na segunda-feira (24) e já havia deixado o Reino Unido antes mesmo da notícia do acordo com os EUA se tornar pública. Ele compareceu a um tribunal dos EUA nas Ilhas Marianas do Norte, onde formalizou o acordo, admitindo a culpa por conspirar para obter e divulgar informações confidenciais.
Acordo Judicial Inesperado
“Na verdade, sou culpado da acusação”, disse Assange ao tribunal em Saipan, um território dos EUA localizado no Pacífico. Assange sempre desconfiou do governo americano e evitou pisar no território continental dos EUA. Por isso, todos os procedimentos ocorreram em Saipan, uma localização mais próxima da Austrália, destino final de Assange após a conclusão de sua batalha legal.
Histórico de Conflitos Legais
Assange e o WikiLeaks ganharam destaque global em 2010 após uma série de vazamentos de informações confidenciais do ex-analista de inteligência do Exército, Chelsea Manning, relacionadas às guerras no Iraque e no Afeganistão. Em 2010, ele também foi procurado na Suécia por alegações de agressão sexual. Assange buscou asilo na embaixada do Equador em Londres em 2012, onde permaneceu até 2019, quando foi preso após o Equador retirar seu asilo.
Negociações e Consequências
Os EUA argumentaram por anos que Assange representava uma ameaça à segurança nacional e inicialmente enfrentava 18 acusações criminais. No entanto, como parte do acordo, ele se declarou culpado de uma única acusação, resultando em uma pena de 62 meses de prisão, que já foram cumpridos durante sua luta contra a extradição em Londres.
Reação e Futuro
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, foi um defensor da libertação de Assange, levantando a questão durante sua visita à Casa Branca. A esposa de Assange, Stella, expressou alívio e alegria com a libertação, enquanto seu meio-irmão, Gabriel Shipton, destacou o impacto histórico do trabalho do WikiLeaks.
Fonte: CNNBrasil