Derrotas Recentes no Congresso Apontam para Mudanças no Núcleo Duro do Governo
As recentes derrotas do governo Lula na votação dos vetos presidenciais e outros temas sensíveis destacam a necessidade de uma articulação política mais ampla e menos concentrada em membros do PT. Essa é a avaliação de interlocutores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que consideram fundamental incluir mais partidos na articulação política.
Predominância do PT no Núcleo Duro
Atualmente, a articulação política do governo é dominada por membros do PT:
- Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais;
- Rui Costa, ministro da Casa Civil;
- José Guimarães, líder do governo na Câmara;
- Jaques Wagner, líder do governo no Senado.
A única exceção é Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, que está sem partido e, portanto, não traz uma bancada específica para apoiar o governo.
Necessidade de Rotatividade
Interlocutores de Lula sugerem que o presidente repita a estratégia de seus governos anteriores, promovendo um rodízio na articulação política com nomes de diferentes partidos. Exemplos passados incluem Aldo Rebelo (PCdoB), Walfrido Mares Guia e José Múcio Monteiro (ambos do PTB), que sucederam José Dirceu após sua queda em 2005.
Lula sempre reconheceu a importância de manter a articulação política em “alta rotatividade” devido ao desgaste inerente à função. No entanto, após críticas públicas de Arthur Lira (PP-AL) no início do ano, Lula manteve Padilha no cargo por teimosia.
Ministérios e Apoio Partidário
Apesar das mudanças no primeiro escalão no ano passado, com ministérios cedidos a nomes do centrão como André Fufuca (PP, Esportes), Silvio Costa Filho (Republicanos, Portos e Aeroportos), e Celso Sabino (União Brasil, Turismo), o governo ainda enfrenta dificuldades para consolidar uma base aliada sólida.
Interlocutores de Lula afirmam que é necessário cobrar maior apoio dos partidos que têm espaço na Esplanada dos Ministérios. A percepção é de que essa representatividade partidária precisa se estender ao “núcleo duro do Planalto”, que atualmente é composto exclusivamente por filiados ao PT, como Rui Costa, Alexandre Padilha, Márcio Macêdo e Paulo Pimenta.
Fonte: G1