Nesta terça-feira (23), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu às preocupações levantadas pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre um possível “banho de sangue” caso a oposição vença as eleições presidenciais venezuelanas. Em tom irônico, Maduro sugeriu que “quem se assustou que tome um chá de camomila”.
Contexto das Declarações
Na segunda-feira (22), Lula expressou preocupação com as declarações de Maduro sobre a possibilidade de violência se a oposição vencer as eleições no próximo domingo (28). Lula enfatizou que a resposta a uma derrota eleitoral deve ser pacífica: “Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, afirmou Lula durante uma coletiva de imprensa em Brasília.
Maduro Reafirma Posição
Maduro defendeu suas declarações, mencionando o ‘Caracazo’, um levante social em fevereiro de 1989 que resultou em milhares de mortos, de acordo com denúncias. Ele afirmou que suas palavras foram uma reflexão baseada em eventos históricos e não uma ameaça inventada: “Eu disse que se a direita extremista chegasse ao poder na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro”, justificou Maduro.
Expectativas para as Eleições
Maduro também previu uma grande vitória eleitoral para seu governo: “Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela vamos ter a maior vitória eleitoral da história”, disse o presidente venezuelano, que busca um terceiro mandato, o que o manteria no poder por 18 anos. O principal candidato da oposição é Edmundo González Urrutia, apoiado pela principal aliança opositora após a ex-deputada María Corina Machado ser impedida de concorrer por uma sanção administrativa.
Resposta de Lula
Lula, por sua vez, ressaltou a importância da aceitação democrática dos resultados eleitorais: “O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, declarou o presidente brasileiro, reforçando a necessidade de um processo eleitoral pacífico e democrático.
Fonte: JovemPan