O México decidiu esperar pela divulgação oficial das atas de votação da Venezuela antes de reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro como presidente. O anúncio foi feito pelo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, nesta sexta-feira (23), durante sua tradicional coletiva de imprensa matinal. “Vamos aguardar a divulgação das atas”, afirmou López Obrador ao ser questionado sobre o reconhecimento do resultado eleitoral na Venezuela.
A vitória de Maduro, que assegura seu terceiro mandato consecutivo, foi proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela em 29 de julho e posteriormente validada pelo Tribunal Supremo de Justiça na última quinta-feira. No entanto, a oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, contestou o resultado, alegando fraude e afirmando que o candidato opositor Edmundo González Urrutia venceu com 67% dos votos. Em resposta, o governo de Maduro rejeitou as alegações, considerando os documentos apresentados pela oposição como “forjados”.
López Obrador enfatizou sua postura de não interferência nos assuntos internos da Venezuela e criticou a posição dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que questionaram a legitimidade das eleições venezuelanas. O presidente mexicano também revelou que não conversou com Maduro após as eleições, discutindo a situação apenas com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia.
Outros líderes latino-americanos também expressaram suas opiniões sobre a crise eleitoral na Venezuela. Os presidentes Gabriel Boric, do Chile, e Bernardo Arévalo, da Guatemala, classificaram a reeleição de Maduro como uma “fraude”. Já o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, de centro-direita, também rejeitou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. Boric, inclusive, acusou a Suprema Corte venezuelana de “consolidar a fraude” nas eleições.
A Espanha, por sua vez, pediu nesta sexta-feira que os registros de votação sejam publicados de maneira “completa e verificável” para que os resultados das eleições venezuelanas possam ser devidamente reconhecidos pela comunidade internacional.
Fonte: JovemPan