Neste domingo (28), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição de Nicolás Maduro para a presidência. Com 80% das urnas apuradas e 59% de participação eleitoral, Maduro obteve mais de 5 milhões de votos, representando cerca de 51% do total. Seu principal oponente, Edmundo González Urrutia, recebeu aproximadamente 49% dos votos, totalizando cerca de 4 milhões.
Elvis Amoroso, presidente do CNE, confirmou o resultado em coletiva de imprensa. Maduro, de 61 anos, ocupava o cargo desde 2013, sucedendo o líder socialista Hugo Chávez. Com a vitória, ele se projeta para permanecer no poder até 2031, apenas o ditador Juan Vicente Gómez terá governado mais tempo, com 27 anos (1908-1935).
No palácio presidencial de Miraflores, Maduro foi recebido com celebrações e música. Ele se dirigiu aos apoiadores, que vestiam jaquetas com a frase “Ganhou meu galo pinto”, uma referência a um apelido adotado recentemente pelo presidente.
O resultado da eleição foi divulgado seis horas após o encerramento da votação, apesar das alegações de irregularidades por parte da oposição. Observadores alegaram que foram impedidos de acessar os centros de votação e de obter cópias das atas de votação. Além disso, houve denúncias de prisão de cerca de 150 pessoas ligadas à campanha oposicionista.
A oposição, liderada por María Corina Machado, que foi impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política, ainda não se pronunciou oficialmente. A crise econômica, que contraiu o PIB em 80% e provocou a migração de mais de 7 milhões de pessoas, gerou uma expectativa de vitória para a oposição nas pesquisas.
Elvis Amoroso também relatou uma tentativa de “hackeio” do sistema de transmissão de dados, que teria atrasado a contagem dos votos. Maduro, ao sair para celebrar, mencionou o “hackeio” e reafirmou seu compromisso com a paz e a justiça para a Venezuela.
A eleição contou com uma participação de 59%, conforme informado por Amoroso. Maduro havia descrito a eleição como uma escolha entre “paz ou guerra”, o que gerou críticas internacionais. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chileno Gabriel Boric foram alguns dos críticos que pediram transparência no processo eleitoral.
Os Estados Unidos, que haviam aliviado as sanções impostas em 2019, também pediram garantias de transparência. A vice-presidente americana, Kamala Harris, expressou apoio ao povo venezuelano e pediu que a vontade popular fosse respeitada.
A pequena delegação do Centro Carter, que estava presente para observar a eleição, não conseguiu realizar uma avaliação completa do processo. O assessor internacional do Palácio do Planalto, Celso Amorim, destacou a participação eleitoral e pediu respeito ao resultado.
Fonte: Jovempan