Revista Quem
Andressa Urach está animada com a estreia de seu programa Diário de Uma Ex-Garota de Programa, nesta terça-feira (12) para uma plataforma online evangélica. A apresentadora vai entrevistar mulheres que supostamente deixaram a prostituição e falou com Quem que tenta inspirar transformações.
“A prostituição é como uma areia movediça. Você vai se afundando e não consegue sair, acha que não vai ser capaz de fazer outra coisa, vai se matando… Muitas garotas de programa têm depressão e pensamentos suicidas, são desprezadas pela sociedade, desacreditadas pela família e até por elas mesmas. Só quem vive dentro da prostituição consegue entender o fundo do poço que a gente chega. Mutilamos a própria alma. Quero alcançar essas mulheres e mostrar para elas que, assim como eu, outras saíram dessa, venceram seus traumas e tiveram suas vidas transformadas. Algumas já têm marido e família, respeitam valores, suas vidas, seus corpos. Hoje elas têm paz! Nosso objetivo com esse programa é mostrar para as mulheres que ainda estão na prostituição que existe uma saída”, explica Andressa, que se converteu evangélica e costuma “pregar a palavra” nas redes sociais e agora também na TV digital.
A gaúcha deixou a carreira de modelo e garota de programa após quase morrer devido a uma infecção decorrente de aplicações de hidrogel nas coxas e bumbum.
Urach alega que a prostituição acontece com mais frequência entre pessoas do meio artístico
Urach alega que a prostituição acontece com mais frequência entre pessoas do meio artístico. “Infelizmente, a prostituição, direta ou indireta, é muito comum entre musas de carnaval, modelos e celebridades. Muitas se vendem por bolsas, sapatos, vida boa… Mantêm relacionamento por interesse, não só pelo dinheiro. Eu vivi isso e posso afirmar com propriedade que a rede social do mundo das celebridades é uma grande mentira. Elas vivem uma felicidade ilusória. Ainda mais com o dinheiro sujo que vem com a prostituição.”
Autora de dois livros, Morri Para Viver e Desejos da Alma, Andressa acredita que exista uma suposta glamorização da prostituição na mídia e conta que muitas meninas a teriam procurado no Instagram para dividir o desejo de virarem garotas de programa.
“Na época que eu era garota de programa, defendia a prostituição. Não expunha isso, mas quando trabalhei em um bordel aqui no Rio Grande do Sul, também pensava que era importante legalizar a prostituição porque via isso como trabalho. Não posso e não vou nunca julgar o pensamento de qualquer pessoa. Todos somos livres para termos nossas opiniões, mas hoje penso diferente. Não vejo a prostituição como algo bom. Algumas meninas afirmam que são felizes. Na verdade, elas não são. Eu vivi essa realidade e mentira e dizia isso também. Mas meus pensamentos mudaram. Hoje eu tenho nojo da prostituição”, garante e prega.
“Filmes e novelas já glamorizaram muito a prostituição e acabam sendo propaganda muito ruim para mulheres. Recebo muitos directs de mulheres pelo Instagram dizendo que estavam pensando em se prostituir, mas que tinham lido meu livro e desistiram porque tinham entendido que era uma ilusão e que não valia a pena. Outras já estão optando por esse caminho e é triste. Não julgo, mas posso afirmar que a prostituição é tóxica. Você se mata todo dia um pouquinho quando deixa uma pessoa te tocar por dinheiro.”
VIDA NOVA
Andressa diz ter ganhado muito dinheiro se prostituindo, mas garante que hoje não tem mais nenhuma herança ou economia do passado. Ela alega ter saído com milhares de homens, incluindo criminosos.
“Doei tudo. Não tenho absolutamente nada que veio do dinheiro da prostituição. Esse peso de levar o dinheiro sujo nas minhas costas não tenho mais. Hoje vivo do dinheiro da venda dos meus livros e do meu trabalho atual”, alega, se recusando a dizer para quem foi o dinheiro. “Quando fazemos doação não devemos divulgar para quem. Deus sabe é só isso importa”, rebate.
Mesmo com as frequentes aparições na mídia, Urach afirma que nunca foi fácil atender clientes. “Me afundei na depressão, drogas e bebidas. Usava drogas para suportar muitos clientes, bebia para esquecer… Fora o risco de vida de me envolver com pessoas que nem conhecia. Na época, pelo dinheiro, me submeti ao sadomasoquismo. Nem gosto de lembrar de tudo de nojento que tive que me submeter com pessoas estranhas, criminosos… Perdi o amor por mim mesma, o valor próprio. Hoje faz cinco anos que sobrevivi à infecção generalizada. Sei que ainda vou sofrer muitos preconceitos, mas agradeço a Deus pela nova oportunidade que ele me deu. Se eu puder ajudar uma única pessoa a mudar de vida, toda essa exposição vergonhosa do meu passado vai valer a pena.”