Aumento da Chikungunya preocupa autoridades de saúde: Estudo revela sua letalidade subestimada

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Nos últimos anos, o avanço da Chikungunya nas Américas, especialmente no Brasil, tem levantado preocupações crescentes entre as autoridades sanitárias de diversos países. Enquanto a epidemia de dengue ganha destaque na mídia, a febre Chikungunya está causando epidemias em várias regiões do Brasil sem receber a devida atenção.

Documentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacam as fortes dores nas articulações como principal sintoma da Chikungunya, minimizando sua gravidade e letalidade, afirmando que casos graves e mortes são raros e geralmente estão relacionados a outros problemas de saúde.

No entanto, estudos recentes mostram que essa percepção está ultrapassada e precisa ser revista, especialmente para direcionar investimentos em pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra arbovírus.

Originalmente considerada pouco letal, a Chikungunya vem se mostrando mais perigosa do que se imaginava. Estudos realizados na última década em diversos países revelaram que o vírus CHIKV, causador da febre Chikungunya, tem uma taxa de mortalidade muito maior do que o vírus da dengue, afetando até mesmo pacientes jovens e previamente saudáveis.

A semelhança de sintomas com a dengue pode dificultar o diagnóstico preciso dos casos, especialmente quando os dois vírus estão em circulação simultânea. Desde sua primeira descrição, o CHIKV tem sido clinicamente indistinguível da dengue, o que pode contribuir para subestimar a gravidade da Chikungunya.

Os primeiros óbitos por Chikungunya foram registrados na Índia durante as epidemias de 1963 e 1964. Mais recentemente, durante a epidemia na Ilha da Reunião em 2006, foi observado um número significativo de mortes relacionadas à doença.

O excesso de mortes durante epidemias de Chikungunya tem sido um fenômeno observado em várias regiões, incluindo o Caribe e países da América Central. No Brasil, durante as epidemias de 2015 e 2016 em estados como Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, o número de óbitos foi muito maior do que o oficialmente registrado.

Estudos mostram que a febre Chikungunya pode afetar órgãos vitais como cérebro, coração, pulmões e fígado, levando o paciente à morte. Diante dessas descobertas, é fundamental reconhecer a Chikungunya como uma ameaça à vida das pessoas e reforçar medidas de vigilância, prevenção e tratamento.

A mudança de paradigma sobre a Chikungunya, de uma doença considerada não fatal para uma causa de morte excessiva, é essencial para proteger a saúde pública e salvar vidas. A aprovação da primeira vacina contra Chikungunya nos Estados Unidos destaca a importância de incluí-la nos programas de imunização em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Fonte: G1

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