A disseminação da dengue no Brasil tem preocupado as autoridades de saúde, com mais de 1 milhão de casos registrados até o momento em 2024. De acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira (29), o país contabiliza 1.017.278 casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas deste ano, um aumento significativo em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou 207.475 casos.
Além disso, o número de mortes relacionadas à dengue desde janeiro já alcançou a marca de 214, enquanto outros 687 óbitos estão sob investigação. Em 2023, foram confirmadas 149 mortes entre as semanas 01 e 08.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca a imprevisibilidade da dengue, observando que alguns anos apresentam temporadas mais precoces e intensas da doença do que outros. Em uma entrevista ao g1, o infectologista Kleber Luz, consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Opas, ressaltou a tendência de crescimento acelerado dos casos em 2024, alertando para a possibilidade de quebra de recordes de incidência da doença.
Diante desse cenário preocupante, seis estados brasileiros (AC, GO, MG, ES, RJ e SC) e o Distrito Federal declararam emergência em saúde pública devido à dengue. O Ministério da Saúde anunciou a implementação de um “Dia D” de mobilização nacional contra a doença, programado para o próximo sábado, 2 de março, como parte dos esforços para conter sua propagação.
A prevenção da dengue depende da eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, principal vetor de transmissão da doença. Cerca de 75% desses criadouros estão presentes nos domicílios, em recipientes como vasos de plantas, garrafas retornáveis e depósitos de água parada. Kleber Luz enfatiza a importância da conscientização da população e da adoção de medidas de controle pelos gestores de saúde para combater o mosquito transmissor.
É fundamental que as pessoas estejam atentas aos sintomas da dengue e busquem assistência médica ao apresentá-los, pois a infecção pode evoluir rapidamente, levando a complicações graves e até mesmo à morte.
Fonte: G1