Casas destruídas, animais mortos e plantações arrasadas em Roraima: residentes relatam danos em meio ao aumento de incêndios

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Roraima lidera a lista de estados com maior número de focos de calor em 2024, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta quarta-feira (28). Nas cidades de Cantá e Amajari, afetadas pela seca, a paisagem é dominada por fogo e fumaça. O G1 esteve na região e ouviu os relatos dos moradores.

Desde o final de janeiro, os incêndios têm assolado Roraima, agravando os efeitos da estiagem. Em Boa Vista, a situação é crítica, com o Rio Branco, responsável pelo abastecimento da capital, apresentando níveis abaixo da média. Nas áreas rurais e nas comunidades indígenas, os prejuízos são alarmantes.

Roraima registrou 2.605 focos de calor entre janeiro e fevereiro, o maior número no país. O cenário é exacerbado pelo fenômeno meteorológico El Niño, que eleva as temperaturas e acentua a seca. Especialistas também apontam as mudanças climáticas e a liberação de áreas para queimadas como fatores agravantes.

O G1 visitou Cantá e Amajari, dois dos nove municípios em situação de emergência devido aos efeitos da seca. Na comunidade indígena Malacacheta, em Cantá, as queimadas destruíram plantações e até mesmo residências. José Pereira, um agricultor local, viu sua casa ser consumida pelas chamas, enquanto Erlanjo Rodrigues Messias, outro morador, lamentou a perda de parte de sua plantação de mandioca.

Além dos danos materiais, a seca está afetando a qualidade de vida das comunidades. A escassez de água torna a manutenção das plantações uma tarefa árdua, enquanto os incêndios ameaçam a vida do gado e a segurança das famílias. A situação é especialmente crítica em Amajari, onde o produtor rural Francisco da Cruz perdeu um bezerro recém-nascido e enfrenta a angústia de ver seus animais sem pasto.

Os moradores das áreas afetadas clamam por assistência governamental urgente. Pedem a criação de mais poços artesianos e medidas para controlar os incêndios. Enquanto isso, organizações ambientais como o Greenpeace alertam para a necessidade de políticas eficazes para combater as queimadas e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Fontes: G1

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