Em junho de 2023, o Brasil registrou um aumento de 1,3% em sua atividade econômica em relação a maio. A Fundação Getulio Vargas (FGV), por meio do Monitor do PIB, divulgou nesta terça-feira, 15 de agosto, que o crescimento acumulado da economia no segundo trimestre foi de 0,2%. Este índice serve como uma antecipação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), que engloba a totalidade de bens e serviços produzidos no país.
Ao observar o início de 2023, o Monitor do PIB havia reportado um aumento de 2% no primeiro trimestre, uma cifra posteriormente revisada. Juliana Trece, responsável pela pesquisa, contextualizou: “O expressivo crescimento visto no começo do ano sofreu uma desaceleração. Embora a agropecuária tenha apresentado uma queda considerável, os incrementos, ainda que tímidos, nos setores industrial e de serviços contribuíram para o saldo positivo no segundo trimestre.”
Ela acrescentou: “Este quadro evidencia uma tenacidade na economia brasileira, que persiste em ascendência apesar da diminuição da contribuição agropecuária. Entretanto, esta leve evolução também revela um limitado poder de resposta da economia em um cenário de investimentos escassos, juros elevados e um alto nível de endividamento domiciliar”.
No que concerne às dinâmicas que influenciaram esses números:
- O consumo familiar aumentou 2,3% no segundo trimestre, um ritmo que vem declinando desde o término de 2022. A decrescente contribuição do consumo de serviços e bens não duráveis é a principal causa desta diminuição.
- Por outro lado, a formação bruta de capital fixo, que reflete investimentos como a aquisição de maquinários, sofreu uma queda de 2,5% durante o trimestre.
- As vendas ao exterior, englobando bens e serviços, ascenderam em 14,1%. Produtos agropecuários (30,1%) e minérios (23,8%) constituíram aproximadamente 80% deste crescimento.
- As importações aumentaram 6,8%, com bens de consumo (29,7%) e de capital (18,2%) representando mais de 60% deste resultado.
Em valores atuais, o PIB estimado pela FGV foi de R$ 5,74 trilhões. Os dados se alinham ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado no dia anterior, que também indicou uma desaceleração no PIB do segundo trimestre.
Por fim, é importante destacar que os números oficiais relativos ao PIB são fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados do segundo trimestre serão divulgados em 1º de setembro. Em sua última atualização, em junho, o IBGE informou um crescimento de 1,9% no PIB do primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2022.
Peterson Prestes