Marcia xinga servidor que espalhou foto de Emanuel: “filho da p…”

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    Uma perícia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) em um celular apreendido da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, mostrou que ela ficou irritada e pediu a demissão de um servidor da Saúde que espalhou, no WhatsApp, imagens do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) colocando dinheiro no Paletó.

    A imagem é referente ao chamado “Escândalo do Paletó”, quando Emanuel foi flagrado enfiando maços de dinheiro no bolso, dentro do Palácio Paiaguás, em dezembro de 2013, quando era deputado estadual.

    O conteúdo extraído do celular da primeira-dama mostra uma conversa entre ela e um de seus braços-direitos na Prefeitura, a então secretária-adjunta de Governo Ivone de Souza, no dia 10 de abril de 2019.

    Márcia encaminhou um print de um homem, identificado apenas como “Ocelo”, que estaria espalhando a imagem de Emanuel, seguido de críticas à Saúde da Capital.

    Márcia apontou que o servidor ganharia R$ 4 mil por mês da Secretária de Saúde, e mandou uma foto identificando o homem.

    “Quem que é ele? Esse filho da puta?”, perguntou a primeira-dama, por meio de um áudio.

    “Ocelo” espalhou imagem de Emanuel colocando dinheiro no Paletó, com a mensagem: “Ninguém vai esquecer disso. As unidades da Saúde sofrendo enquanto ele não tá nem aí para a Secretária de Saúde… kkkkkk… Acha que o povo é burro”.

    Veja a imagem divulgada no WhatsApp:

    Emanuel autorizou demissão

    Ao receber as mensagens, Ivone relatou já estava tratando da demissão do servidor, que foi autorizada por Emanuel.

    “Márcia, eu nem sabia que ele estava fazendo isso, mas hoje de manhã, quando eu despachei, eu já pedi pro prefeito demitir ele, entendeu? Prefeito já autorizou. Agora, com mais essa, vai sem dor na consciência mesmo, entendeu?”, disse Ivone.

    Em seguida, a secretária-adjunta revelou que “Ocelo” foi contratado por indicação do deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), e era lotado no Pronto-Socorro de Cuiabá, mas não comparecia ocupado com demandas do parlamentar.

    “É um que tem uma cara de coitadinho, cê conversar com ele, cê dá até seu salário pra ele, é indicação do Eliseu (sic), entendeu?”, disse.

    “Ele é nomeado lá no Pronto-Socorro, e não fica lá, porque atende a demanda do deputado, entendeu? Então falei pro prefeito que não podia mais ficar assim, ele mandou eu demitir amanhã, entendeu?”, afirmou Ivone.

    “O deputado Emanuel Neto (Emanuelzinho) já me mandou isso aí mais cedo, eu estava sabendo”, completou.

    Veja trecho em que primeira-dama xinga o servidor:

    Busca e apreensão

    A conversa entre as duas obtida do aparelho celular de Márcia Pinheiro apreendido no dia 19 de outubro do ano passado, durante busca e apreensão da Operação Capistrum, que investiga um esquema de centenas de nomeações ilegais na Secretaria Municipal de Saúde.

    A informação consta em relatório técnico produzido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), ligado ao MPE, e foi encaminhado, nesta semana, pelo procurador-geral de Justiça José Antonio Borges ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

    O Pleno do STJ deve julgar nos próximos dias um recurso que pede novo afastamento de Emanuel do cargo. No ano passado, ele ficou 37 dias afastados por causa do esquema que resultou em um “cabide de empregos” na Prefeitura de Cuiabá.

    “Observamos o descontentamento a respeito uma pessoa identificada em imagem como ‘Ocelo’, o qual seria uma indicação do deputado estadual Elizeu Nascimento, para trabalhar no Pronto-Socorro com o objetivo de atender suas demandas, porém não estaria ‘ficando lá’”, diz trecho do documento do Gaeco.

    Operação Capistrum

    Além de Emanuel Pinheiro, foram afastados dos cargos o chefe de gabinete Antônio Monreal Neto e a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza.

    Também foram alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.

    Eles ainda sofreram mandados de busca e apreensão e também tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.

    Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, Emanuel fez mais de 3.500 contratações temporárias só na secretaria, a maioria ilegais, com pagamentos de “prêmio-saúde” para acomodar e atender compromissos de aliados políticos, principalmente vereadores.

    Outra acusação que pesa é a de pagamento do chamado prêmio saúde a servidores da Pasta – em valores que variam de R$ 70,00 a R$ 5,8 mil – sem nenhum critério, em desrespeito à legalidade.

    MÍDIA NEWS

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