Iterum revela possível esquema de corrupção envolvendo empresa de tecnologia e Prefeitura de Cuiabá

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Foto Repórter Mt

A Polícia Federal, através da Operação Iterum, iniciada em 4 de outubro, está investigando aprofundadamente a empresa Log Lab Inteligência Digital por supostas irregularidades em contratos firmados com a Prefeitura de Cuiabá entre os anos de 2017 e 2022. Entre os pontos de destaque do caso, está o depósito de R$ 176 mil feito por Antônio Fernando Ribeiro, empresário investigado, na conta bancária de Carine Luckmann, esposa do atual secretário municipal de Limpeza Urbana, Júnior Leite.

A investigação centra-se em alegações de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e possíveis fraudes em licitações. Documentos do inquérito indicam que a Log Lab, suspeita de desviar até R$ 13 milhões, recebeu um total de R$ 48,475 milhões da Prefeitura de Cuiabá durante o período em análise, dos quais R$ 16,965 milhões são oriundos de recursos federais.

Particularmente alarmantes são os detalhes revelados pela Polícia Federal, mostrando que a Log Lab esteve envolvida em transações financeiras questionáveis, que incluíam depósitos para pessoas ligadas a servidores públicos municipais, emissão de cheques fracionados e operações imobiliárias atípicas.

O COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) também relatou movimentações financeiras suspeitas da empresa, incluindo transferências fracionadas de valores para diversas empresas, muitas das quais parecem estar inativas. Essas transações levantam suspeitas de que parte dos fundos recebidos da prefeitura possa ter sido distribuída para empresas fantasmas em um esforço para lavar o dinheiro.

“Os relatórios financeiros destacam uma movimentação significativa de fundos pela Log Lab, com saques consideráveis realizados por Antônio Fernando, um dos sócios. Há também uma série de repasses para empresas que parecem não ter relação com o campo de atuação da Log Lab, indicando uma possível tentativa de mascarar o destino final dos fundos”, detalha o inquérito da PF.

Em resposta às alegações, o secretário Júnior Leite declarou em nota que não ocupava cargo público durante o período dos contratos em questão. Ele afirmou que os pagamentos feitos à empresa de sua esposa, Carine Luckmann, eram parte de transações comerciais legítimas entre empresas privadas.

Este escândalo, emergindo no contexto da Operação Iterum, lançou uma luz sobre as práticas de contratação da Prefeitura de Cuiabá, gerando questionamentos sobre a integridade dos processos de licitação e o uso dos fundos públicos. A investigação da Polícia Federal segue em andamento, buscando esclarecer a totalidade dos fatos e determinar a responsabilidade dos envolvidos nesse suposto esquema de corrupção.

(Veja documento abaixo)

Leia íntegra da nota:

Sobre a notícia de depósitos efetuados na conta da empresária Carine Luckmann, realizados pela empresa Log Lab, o diretor geral da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb) e esposo de Carine, Júnior leite, esclarece que:

– No período citado, não era servidor público; nem mesmo prestador de serviços para a Prefeitura de Cuiabá;

-Afirma, ainda, que nunca firmou contrato com a referida empresa durante seu período como secretário da Secretaria do 300 Anos, na Secretaria de Comunicação ou ainda agora como diretor geral da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb);

– Informa que a empresa de Carine Luckmann – Directline – é privada e fornece serviço de tecnologia de informação cadastral para inúmeras outras empresas;

– Por fim, Júnior Leite reforça que o pagamento faz parte de um relacionamento normal de negócios entre empresas privadas com contrato e emissão de nota fiscal de todos os serviços prestados.

Da Redação

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