Anúncio, que representa uma guinada na política migratória, está previsto para esta terça-feira (4). Medida visa angariar votos de eleitores insatisfeitos com o aumento na entrada de imigrantes.
Em uma mudança drástica na política migratória, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar nesta terça-feira (4) uma norma que permite fechar temporariamente as fronteiras dos EUA com o México. Essa medida é considerada a mais radical de sua gestão até agora e é vista como uma tentativa de atrair o apoio de um eleitorado descontente com o aumento recente no número de imigrantes no país.
A medida também inclui:
- Redução nas concessões de asilo: Atualmente, imigrantes que chegam de forma irregular podem solicitar asilo se provarem perseguição ou fuga de conflitos. Ainda não está claro como essa redução será implementada.
- Limite diário de solicitações de asilo: Será imposto um limite de 2.500 pessoas por dia nas áreas de solicitação e análise de pedidos de asilo. Esses escritórios, localizados em áreas de fronteira, serão fechados e só reabertos quando o número de solicitantes diminuir para 1.500 pessoas.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a ordem executiva já estava em fase final, mas Biden aguardou o resultado das eleições no México, realizadas no domingo (2), onde Claudia Sheinbaum saiu vitoriosa, para fazer o anúncio.
A assinatura da ordem ocorrerá em uma cerimônia na Casa Branca, com a presença de prefeitos, incluindo republicanos, de cidades texanas que fazem fronteira com o México.
Esta é a segunda tentativa de Biden de regular a entrada de imigrantes na fronteira com o México. A primeira tentativa, um acordo bipartidário entre democratas e republicanos, falhou após deputados republicanos desistirem do projeto a pedido do ex-presidente Donald Trump, que viu a medida como um trunfo eleitoral para Biden.
O aumento histórico na entrada de imigrantes, que atingiu cerca de 250 mil pessoas em dezembro de 2023, já foi reduzido pela metade em abril deste ano, segundo dados do governo dos EUA. Mesmo assim, Biden quer evitar um novo aumento até as eleições de novembro.
Fontes do jornal “The New York Times” afirmaram que Biden esperou o resultado das eleições no México para anunciar a ordem executiva, evitando interferir na campanha eleitoral mexicana.
A medida pode afetar as relações entre os EUA e o novo governo mexicano. Claudia Sheinbaum, em seu discurso pós-eleitoral, afirmou que “sempre defenderemos os mexicanos que estão do outro lado da fronteira”. Biden, ao parabenizá-la, expressou o desejo de trabalhar em colaboração, mas não mencionou a questão migratória ou a nova ordem executiva.
Fonte: G1