A influenciadora digital de Cuiabá, Stheffany Xavier, conhecida nas redes sociais por promover o “jogo do tigrinho”, foi alvo da Operação Ragnatela, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira (05). Em uma das descobertas da operação, Stheffany aparece em uma foto ostentando um fuzil e uma pistola em uma comunidade no Rio de Janeiro. Esta imagem integra o inquérito policial que fundamentou a ação.
Stheffany é integrante do grupo G12, que, de acordo com a Polícia Federal, é composto por membros que lavavam dinheiro da facção Comando Vermelho através de casas noturnas em Cuiabá. A PF também encontrou uma foto de Kamilla Beretta Bertoni, apontada como contadora do grupo criminoso, segurando uma arma.
Conforme o documento acessado pelo RepórterMT, a extração das imagens que mostram Stheffany e Kamilla com armas de fogo dentro de uma favela controlada pela facção “elimina qualquer dúvida sobre a vinculação com o CV”.
“Identificou-se fotos das investigadas KAMILLA BERETTA BERTONI e STHEFFANY XAVIER DE MELO SILVA portando armas de grosso calibre, tipo fuzil, possivelmente em comunidades da cidade do Rio de Janeiro, o que elimina qualquer dúvida sobre a vinculação com a facção criminosa Comando Vermelho, conforme se verifica no Relatório Complementar nº 20/2024”, diz trecho do inquérito.
“As imagens obtidas por meio de interceptação telemática fornecem provas contundentes da ligação dos investigados com o crime organizado. A ostentação de armas de grosso calibre indica o envolvimento com atividades ilícitas e o poder de fogo do grupo”, acrescenta.
No Instagram, Stheffany possui mais de 207 mil seguidores e exibe uma vida de luxo, com diversas viagens internacionais, além de carros e residências de alto padrão. Ela foi alvo de mandados de busca e apreensão, tendo suas residências em Cuiabá vasculhadas e dois veículos de luxo apreendidos.
As investigações revelaram que a organização utilizava dinheiro proveniente do tráfico de drogas da facção como parte do investimento para a realização de shows nacionais em estabelecimentos de propriedade de um dos líderes do CV. A outra parte do dinheiro era do grupo ao qual a influenciadora pertence. Após os eventos, o lucro era dividido entre todos.
Operação Ragnatela
Ao todo, a operação cumpriu oito ordens de prisões preventivas, 36 buscas e apreensões, nove sequestros de bens imóveis e 13 de veículos, além de duas ordens de afastamento de cargos públicos (policial penal e fiscal da prefeitura), quatro suspensões de atividades (casa de shows) e bloqueios de contas bancárias.
Durante as investigações, também foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, mesmo sem a documentação necessária.
Fonte: BaixadaCuiabana