Amigo detalha diálogo entre investigador e PM antes do crime

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    Uma das principais testemunhas do assassinato do policial militar Thiago de Souza Ruiz, em uma conveniência em Cuiabá na semana passada, o advogado Gilson Vasconcelos Tibaldi de Amorim Silva, de 43 anos, detalhou a conversa que antecedeu os disparos.

    Em depoimento à Polícia, Gilson disse que o policial civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves, de 39 anos, preso pela morte do militar, teria desconfiado da vítima desde o começo, acreditando que ele não era quem dizia ser, um policial.

    Mário e o advogado chegaram juntos ao Posto Conte Comigo e, de acordo com a testemunha, os dois se “estranharam” desde o começo.

    Gilson é o homem que aparece ao lado de autor e vítima quando a confusão começa.

    No local, Thiago estava em companhia de outro policial civil, Walfredo Raimundo Adorno Moura Junior, de 48 anos. Walfredo foi quem apresentou vítima e atirador naquele encontro e apresentou Thiago como policial militar.

    Em seu depoimento, Walfredo disse que Thiago estava com o distintivo por dentro da blusa.

    De acordo com Gilson, Mário teria comentado com ele que estava desconfiado de que Thiago não fosse policial militar como dizia ser. No entanto, não revelou o motivo da desconfiança.

    Todos ainda estavam do lado de fora da conveniência quando Thiago teria reclamado do comportamento de Mário com ele. “Oh, esse cara tá me tirando”, teria dito a vítima.

    Reprodução

    Foto caso PM Thiago

    Thiago mostra sua cicatriz e em seguida tem arma tirada por policial civil

    Walfredo, o ponto em comum entre a dupla, teria tentado apaziguar a conversa dizendo: “Não, ele é assim mesmo, é o jeito dele”.

    Depois daquele momento Gilson disse ter pensado que estava tudo tranquilo entre os dois e eles entraram no estabelecimento.

    O advogado então pegou cervejas no freezer e ofereceu para a dupla, que aceitou a bebida.

    Eles continuam a conversa e contam “histórias de Polícia”. De acordo com a versão de Gilson, um ficou perguntando ao outro “de que turma você é”.

    Em uma de suas histórias, Thiago disse ter uma cicatriz. “Inclusive eu tenho uma cicatriz aqui”, teria dito a vítima levantando a blusa para mostrar a marca. Nesse momento a arma do PM ficou a vista.

    Assim que viu a arma do PM, Mário a pegou rapidamente segurando-a com uma mão, na outra ele já empunhava a sua contra a vítima.

    Com a arma apontada para Thiago, Mário teria dito: “Vou chamar a Polícia Militar para averiguar sua arma”.

    O advogado ainda tentou defender o amigo dizendo que a “postura de Mário se deu pelo fato dele desconfiar que Thiago não seria policial” e que por isso a arma poderia ser ilegal. Ele disse que o distintivo do PM não estava aparente.

    Thiago avançou em Mário para recuperar a sua arma e os dois “ficaram puxando a arma um para um lado, e outro para o outro”. Nesse momento Gilson disse ter interferido puxando a arma para si até retirá-la e ficar com ela em suas mãos.

    Thiago e Mário continuaram lutando até cair no chão, momento em que o PM deu um golpe de “gravata” no policial civil.

    Gilson disse ter saído da conveniência quando os disparos começaram, não sabendo precisar quantos foram de tantos que eram.

    Quando os tiros pararam, ele disse ter ouvido Walfredo dizer: “Tira o Mário daqui”. Ele então teria colocado Mário em seu carro e o levado a casa.

    Na versão de Gilson, Thiago aparentava estar “alucinado” e ele percebeu que o PM estava usando cocaína, “que estava até com o nariz branco”.

    Midia News

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