Em meio às crescentes tensões comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou hoje, 10 de fevereiro de 2025, que a postura do governo brasileiro é buscar o diálogo com os Estados Unidos, a fim de mitigar os efeitos do chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump.
O “tarifaço” de Trump, uma medida protecionista que impõe tarifas elevadas sobre produtos importados, afetou diretamente setores-chave da economia brasileira, como o agronegócio, automotivo e tecnológico. As tarifas elevadas, que chegam a 25% sobre uma série de itens exportados para os EUA, foram impostas pelo governo norte-americano como resposta a desequilíbrios comerciais, conforme a alegação de Trump de que o Brasil vinha praticando “dumping” em algumas exportações.
Alckmin, durante entrevista coletiva em Brasília, reafirmou que o Brasil não adotará medidas retaliatórias de imediato. “Nosso objetivo é resolver as questões por meio do diálogo, buscando soluções que favoreçam o comércio bilateral sem comprometer as relações diplomáticas”, disse o vice-presidente. Ele também destacou que o governo brasileiro está em contato com líderes do Congresso Nacional dos EUA e com a Casa Branca para tentar encontrar uma solução justa e equilibrada.
Especialistas apontam que o aumento nas tarifas pode impactar a competitividade de empresas brasileiras que dependem das exportações para os Estados Unidos. Os setores mais afetados incluem o agronegócio, principalmente na exportação de soja e carne bovina, e o setor automotivo, que tem visto crescimentos significativos nas vendas de veículos para o mercado norte-americano.
Analistas econômicos veem a postura do governo brasileiro como uma tentativa de evitar um confronto aberto com os EUA e, ao mesmo tempo, proteger a economia interna. O Brasil também aposta em acordos multilaterais, como a participação no Mercosul, para ampliar mercados alternativos e reduzir a dependência de mercados como o norte-americano.
A intenção do governo brasileiro, conforme reiterado por Alckmin, é a de buscar soluções dialogadas, sem escalar o conflito comercial com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que protege os interesses econômicos nacionais. O governo se mantém firme em sua posição diplomática enquanto monitora os efeitos da medida nos diversos setores da economia.