Delegado diz que 90% dos casos de estupro contra crianças são cometidos pelo padrasto: “Elas emitem sinais”

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    A Delegacia de Lucas do Rio Verde (332 quilômetros de Cuiabá) registrou quatro casos de estupro de vulnerável em uma semana. As vítimas têm idades entre 3 e 15 anos. Em toda as ocorrências, os suspeitos são os padrastos. O Eugênio Rudy Junior alerta que os pais devem ficar atentos aos sinais que as vítimas dão, para comunicar o caso a Polícia Civil.

     

    Em um dos casos é de uma menina de nove anos que relatou ter sido estuprada pelo padrasto, identificado como L.L.LS. no bairro Jardim Amazonas. O caso veio à tona na manhã quarta-feira (3), na escola onde a vítima estuda.

    “A mãe, ao tomar conhecimento dos fatos, veio até a delegacia e registrou boletim de ocorrência. A nossa psicóloga já realizou primeiro atendimento tanto da criança quanto da genitora e tomamos as medidas necessárias, entre as quais, o encaminhamento para o exame de conjunção carnal e também o pedido de medidas protetivas de urgências”, disse.

    A medida protetiva visa evitar que o suspeito tenha contato com a criança.

    No mesmo dia, mas no período da tarde, a delegacia registrou mais dois casos de estupro cometidos por padrastos. “O que reforça para o que temos dito com frequência, para que os pais e mães tenham cuidado e fiquem atentos as pessoas que se aproximam das nossas crianças, especialmente aquelas que estão próximos de nós. Mais de 90% dos casos de estupro de vulnerável são cometidos por pessoas de extrema confiança da família. Ou seja, pessoas que estão no interior da residência, que tem acesso e gozam da confiança da família”, alerta.

    Como a maioria dos casos são cometidos por padrastos, eles passam incutir o medo nas crianças, eles colocam [o abuso] como se fossem fazer uma ‘correção’ a elas. ‘Se você não seguir as minhas ordens, eu te corrigir, bater em você’. A mãe da criança acha que é uma ‘correção’ comum, porque não sabe o que está acontecendo. A criança começa a ficar amedrontada, dar sinais de que algo está errado. Por isso, é importante que as mães observem as filhas. Vejam comportamentos diferentes, conversem com a criança, transmita confiança para que ela traga a público esse abuso. Quando a mãe não consegue trazer essa confiança para a criança, ela vai contar para outra pessoa fora da família e nem sempre os fatos chegam ao conhecimento da polícia.

    O delegado pontuou também que as vítimas costumam dar sinais aos pais, que precisam estar atentos e passar confiança. “Elas emitem sinais de que algo errado está acontecendo. Só que os pais, especialmente as mães, devem ficar atentas, acompanhar e perceber que o comportamento não é o usual da criança que está sofrendo o abuso sexual e psicológico. Queremos prevenir que aconteça e por isso estamos ressaltando os cuidados que os pais devem ter com as crianças, seja elas do sexo feminino ou masculino”, diz.

    Nos quatro casos atendidos pela Polícia Civil os suspeitos não estavam em situação de flagrante. Por este motivo, não podem ficar presos. “É esperado laudo pericial para avaliar a necessidade de representação da prisão preventiva ou temporária dos envolvidos”, finaliza.

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