Nesta terça-feira (23), a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) de uma denúncia contra a deputada federal Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto. Eles são acusados pelas invasões aos sistemas do Poder Judiciário, realizadas entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. O crime quase resultou na liberação de Sandro da Silva Rabelo, conhecido como “Sandro Louco”, líder do Comando Vermelho em Mato Grosso.
Sandro Louco está atualmente cumprindo pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, e possui condenações que somam mais de 200 anos de prisão.
A denúncia revela que, usando credenciais violadas de três juízes do Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, Delgatti, a mando de Carla Zambelli, cadastrou nove alvarás falsos de soltura nos sistemas judiciários. O ocorrido foi registrado em 05 de janeiro de 2023. No entanto, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso foi alertado, e o alvará de soltura não teve efeito.
De acordo com o depoimento do hacker, Zambelli o abordou em setembro de 2022, antes das eleições, para solicitar a invasão de uma urna eletrônica ou qualquer sistema do Judiciário, com o intuito de demonstrar a suposta fragilidade das ferramentas. Em troca, ofereceu pagamento pelos serviços e contratação formal do hacker para atividades relacionadas à sua atividade parlamentar.
Delgatti conseguiu acessar o Sistema de Controle de Acesso (SCA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e posteriormente criou um usuário com perfil de magistrado. O crime de invasão de dispositivo eletrônico tem pena de detenção de 3 meses a um ano, além de multa. O procurador-geral Paulo Gonet solicita que essa pena seja aumentada de 1/6 a 1/3 do tempo, considerando que os sistemas ficaram indisponíveis devido às invasões. O crime de falsidade ideológica pode levar a até cinco anos de prisão.
Fonte: GazetaDigital