Na Nicarágua, dois padres e duas colaboradoras leigas foram presos recentemente, segundo relatos de ativistas da oposição e jornalistas exilados. A detenção dos religiosos, ocorrida neste domingo (11), é mais um episódio de repressão contra a Igreja Católica no país, que enfrenta um severo rompimento com o governo desde 2018.
A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, que atualmente reside nos Estados Unidos, informou que o padre Denis Martínez, da diocese de Matagalpa, foi detido pela Polícia Nacional enquanto se dirigia para celebrar uma missa. A informação foi confirmada pelos portais Confidencial e La Prensa, ambos operando fora do território nicaraguense devido à repressão governamental.
Além de Martínez, também foi preso o padre Leonel Balmaceda, da paróquia Jesús de Caridad, localizada em La Trinidad, Estelí. Junto a eles, as colaboradoras leigas Carmen Sáenz e Lesbia Gutiérrez, ambas da Diocese de Matagalpa, foram detidas. Gutiérrez é administradora da Cáritas, e Sáenz, além de atuar como assessora jurídica em Direito Canônico, é ex-funcionária do Poder Judiciário. A informação foi divulgada por Yader Morazán, advogado que também vive no exílio.
Até o momento, o governo da Nicarágua, liderado pelo presidente Daniel Ortega e pela vice-presidente Rosario Murillo, não se pronunciou sobre as prisões. O regime, desde os protestos de 2018, acusa a Igreja Católica de apoiar manifestações antigovernamentais, que resultaram na morte de mais de 300 pessoas, segundo a ONU. Esses protestos foram classificados pelo governo como uma tentativa de golpe de Estado, supostamente apoiada pelos Estados Unidos.
Nos últimos anos, dezenas de religiosos, incluindo o bispo de Matagalpa, monsenhor Rolando Álvarez, foram presos e enviados ao Vaticano. Recentemente, especialistas da ONU denunciaram uma série de ataques “sistemáticos” do governo nicaraguense contra a Igreja Católica e outras denominações cristãs, intensificando o clima de tensão religiosa e política no país.
Fonte: JovemPan