Dólar Atinge Maior Valor Desde Dezembro de 2021 e Fecha o Dia a R$ 5,73

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O dólar disparou nesta quinta-feira (1º) e superou a barreira psicológica de R$ 5,70. Com uma máxima de R$ 5,7430, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 1,41%, cotado a R$ 5,7350 – o maior valor de fechamento desde 21 de dezembro de 2021 (R$ 5,7388). As divisas emergentes latino-americanas, especialmente o real e o peso chileno, foram as mais afetadas pela onda de aversão global ao risco, desencadeada por temores de uma desaceleração mais forte da economia americana e, em menor medida, pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Fatores Internos e Externos

Após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sugerir um possível corte de juros em setembro, os investidores reagiram a dados que indicam uma desaceleração maior da atividade nos EUA. O índice de gerente de compras (PMI), medido pelo ISM, caiu em julho, contrariando a previsão de alta e permanecendo abaixo da linha de 50 pontos, o que sugere contração. Além disso, os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram mais do que o esperado.

Essa mudança de perspectiva, de uma economia aquecida e com resiliência inflacionária, para o temor de uma desaceleração abrupta, até mesmo uma recessão, impactou negativamente o mercado. O Banco Central americano, embora tenha repetido a necessidade de maior confiança no processo de desinflação para reduzir os juros, alertou para os riscos de ambos os lados de seu mandato duplo: controle da inflação e pleno emprego.

Reação do Mercado

Nos mercados internacionais, as bolsas americanas despencaram, especialmente as big techs. As taxas dos Treasuries recuaram e o dólar se fortaleceu em comparação com o euro e a maioria das divisas emergentes e dos países exportadores de commodities. O iene subiu em relação ao dólar, contribuindo para a depreciação das moedas latino-americanas. O preço do petróleo recuou devido ao receio de enfraquecimento da demanda, superando os riscos à oferta provenientes de um possível conflito entre Israel e Irã.

O contrato de dólar futuro para setembro teve um volume de negociação acima de US$ 17 bilhões, sugerindo mudanças significativas de posicionamento. Operadores mencionaram a busca por hedge e ordens de “stop loss” de agentes com posições vendidas em derivativos cambiais.

Impacto no Brasil

Internamente, o cenário externo ofuscou a reação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano. Embora o comunicado tenha sido menos duro do que o esperado, abriu margem para uma eventual alta da taxa Selic caso haja piora no câmbio e nas expectativas de inflação. As projeções para o IPCA de 2024 e 2025 aumentaram, juntamente com os riscos de alta da inflação. Apesar de adotar uma postura cautelosa, o comitê não sinalizou uma alta de juros na próxima reunião, indicando a intenção de manter a Selic em 10,50% por um período prolongado.

Fonte: JovemPan

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