O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira (4) praticamente estável, cotado a R$ 5,6397, após um dia de variações moderadas. A moeda americana oscilou entre uma mínima de R$ 5,6165 e uma máxima de R$ 5,6620. No ano, o dólar já acumula uma alta de 16,20%, colocando o real como a segunda moeda de pior desempenho entre as principais divisas globais, superando apenas as perdas do peso mexicano.
Os operadores do mercado financeiro destacaram que a cotação acima de R$ 5,60 reflete a falta de liquidez e a cautela dos investidores estrangeiros, que continuam mantendo ou aumentando suas posições de hedge cambial. Esses investidores têm adotado uma postura conservadora ao combinar a compra de ações no Brasil com proteção cambial.
A formação da taxa de câmbio nesta quarta-feira foi influenciada por forças opostas. De um lado, o dólar teve um movimento de queda no mercado internacional, favorecendo o real. Além disso, a baixa dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) reforçou esse cenário positivo para a moeda brasileira. No entanto, o real foi pressionado pela desvalorização das moedas latino-americanas, com quedas no minério de ferro e no petróleo, o que diminuiu o apetite por ativos brasileiros.
Nos Estados Unidos, dados mais fracos que o esperado sobre o mercado de trabalho, divulgados pelo relatório Jolts, aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, possa cortar os juros em até 50 pontos-base em setembro. No entanto, a maioria dos analistas ainda aposta em uma redução mais conservadora de 25 pontos-base.
O desempenho negativo das moedas da América Latina também foi influenciado pela decisão do Banco Central do Chile, que cortou a taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 5,5% ao ano, como parte de seu ciclo de afrouxamento monetário. O peso chileno sofreu uma desvalorização de mais de 1,5% após o anúncio.
Fonte: JovemPan