O inverno de 2024, que começa nesta quinta-feira (20) às 17h51, promete ser marcado por temperaturas acima da média e pouca chuva. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação se estende até 22 de setembro. Após um outono de dias quentes e secos, a tendência é de que o inverno siga o mesmo padrão.
Previsão de Clima para o Inverno
Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explica que as temperaturas devem permanecer acima da média nos próximos três meses, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Ele aponta dois principais fatores responsáveis por esse cenário:
- Bloqueios Atmosféricos: A persistência dos bloqueios atmosféricos impede que as massas de ar frio avancem para o interior do país, resultando em um número menor de frentes frias e possibilitando extremos de calor, mesmo durante o inverno.
- Águas Aquecidas do Oceano Atlântico: As temperaturas elevadas das águas do Atlântico influenciam a atmosfera, alterando os padrões climáticos esperados para um inverno com La Niña, que geralmente traz frentes frias mais intensas para o país.
Impacto do El Niño e Chegada da La Niña
O outono de 2024 foi influenciado pelo fenômeno El Niño, que causou calor recorde em abril e chuvas excessivas no Sul em maio. Com o resfriamento gradual das águas do Pacífico e a transição para uma fase neutra, espera-se que o fenômeno La Niña se estabeleça no segundo semestre de 2024, entre julho e agosto. A La Niña tende a trazer aumento de chuvas no Norte e Nordeste, e tempo seco no Centro-Sul.
Tendências Regionais e Efeitos do Inverno
Os meteorologistas destacam cinco tendências principais para o clima nas diferentes regiões do Brasil:
- Possibilidade de Geadas e Neve: Apesar das temperaturas acima da média, há potencial para geadas e até neve no Sul, sul do Mato Grosso do Sul e algumas áreas de São Paulo, especialmente entre a segunda quinzena de julho e o início de setembro.
- Novas Ondas de Calor: São esperadas novas ondas de calor no final do inverno, particularmente em agosto e setembro, quando as temperaturas podem ficar muito acima da média.
- Seca na Amazônia: A tendência é de uma baixa acelerada no nível dos rios da Amazônia até a primeira quinzena de outubro, com marcas semelhantes às observadas em 2023.
- Chuvas no Litoral do Nordeste: Embora julho ainda apresente altos volumes de chuva nas capitais do leste nordestino, a tendência geral é de volumes entre a média e um pouco abaixo do normal.
- Aumento das Queimadas: A combinação de chuvas irregulares, altas temperaturas e solo seco favorece um aumento no número de queimadas e na área queimada em relação a 2023.
Previsão Mensal Detalhada
Julho:
- Possibilidade de ser o julho mais quente já registrado.
- Centro-Oeste e Sudeste devem experimentar bloqueios atmosféricos.
- Sul e Norte terão temperaturas acima da média e chuvas reduzidas.
- Faixa leste do Nordeste pode ter chuvas acima da média devido às águas aquecidas do Atlântico.
- Grandes amplitudes térmicas e baixa umidade do ar.
Agosto:
- Variabilidade maior de temperaturas no Sul.
- Mais calor no oeste de São Paulo e no Rio de Janeiro.
- Chuvas mais frequentes que em julho, mas ainda abaixo da média.
Setembro:
- Probabilidade de novas ondas de calor.
- Chuvas abaixo da média na maior parte do país.
- Grandes amplitudes térmicas em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Fonte: G1