Judiciário de Israel Exige Convocação Militar de Judeus Ultraortodoxos

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Mudança nas políticas de recrutamento representa derrota política para Benjamin Netanyahu

O Supremo Tribunal de Israel ordenou na terça-feira (25) que o governo convocasse judeus ultraortodoxos para o serviço militar, desferindo um golpe no primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que pode desestabilizar sua coalizão governante. A decisão também exige que o governo suspenda o financiamento de escolas religiosas, ou yeshivas, cujos alunos não cumpram os avisos preliminares.

Declaração do Tribunal

“Neste momento, não existe um quadro jurídico que permita distinguir entre os estudantes da yeshiva e os destinados ao serviço militar”, afirmou o tribunal. “Consequentemente, o estado não tem autoridade para ordenar que se evite totalmente o seu recrutamento”.

Contexto Histórico

Desde a fundação de Israel, os judeus ultraortodoxos (ou Haredi) têm sido isentos do serviço militar obrigatório. Eles consideram o estudo religioso essencial para a preservação do judaísmo, tão importante quanto a defesa militar de Israel. No entanto, partidos Haredi têm se oposto fortemente aos esforços para incluir jovens ultraortodoxos nas forças armadas.

Implicações Políticas

A frágil coalizão governamental de Netanyahu depende de dois partidos Haredi – Judaísmo da Torá Unida e Shas – para governar. Nas últimas semanas, Netanyahu tem tentado aprovar uma legislação no Knesset, o parlamento de Israel, que consagraria a isenção dos Haredi na lei. No entanto, seu ministro da defesa, Yoav Gallant, criticou publicamente essa tentativa.

Histórico de Decisões Judiciais

Essa não é a primeira vez que a Suprema Corte anula a isenção dos Haredi. Em 1998, o tribunal determinou que permitir a isenção violava os princípios de proteção igualitária. Desde então, governos sucessivos e o Knesset têm tentado resolver a questão, apenas para serem repetidamente informados pelo tribunal de que seus esforços eram ilegais.

Opinião Pública

Uma pesquisa realizada em fevereiro pelo Israel Democracy Institute revelou que 64% dos israelenses e 70% dos judeus israelenses acreditam que a isenção Haredi “deveria ser alterada”. A pesquisa entrevistou 600 adultos em hebraico e 150 em árabe.

Fonte: CNNBrasil

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