O furacão Beryl, que atingiu o Caribe nesta segunda-feira (1º), tornou-se o primeiro grande furacão da temporada e o mais intenso já registrado nesta época do ano. Especialistas apontam que a intensidade sem precedentes do Beryl se deve às temperaturas mais quentes dos oceanos.
Formação e Intensificação Rápida
O Beryl começou como uma instabilidade atmosférica na última semana e rapidamente se transformou em um furacão de categoria 4. Confira a cronologia:
- 25 de junho: Formação de uma instabilidade na atmosfera, favorecendo o surgimento de uma tempestade.
- 28 de junho: A instabilidade evoluiu para uma tempestade tropical com ventos de 56 km/h, seguindo em direção ao Caribe.
- 30 de junho: Beryl foi classificado como furacão de categoria 3.
- Ainda em 30 de junho: Beryl alcançou a categoria 4, com ventos de até 240 km/h, tornando-se extremamente perigoso.
Em apenas 42 horas, Beryl evoluiu de uma depressão tropical para um furacão de grande porte, um feito raro na história dos furacões do Atlântico. Esta é a primeira vez que um furacão de categoria 4 atinge essa região em junho.
Razões para a Intensidade
Segundo o National Hurricane Center (NHC), a rápida intensificação do Beryl está diretamente relacionada às temperaturas elevadas do oceano, que estavam até 3°C acima da média. Essa anomalia significativa contribuiu para a transferência de grande quantidade de calor e umidade para a atmosfera, fornecendo o combustível necessário para a formação e intensificação rápida do furacão.
O meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) explica: “Esse aquecimento é uma anomalia bastante significativa, especialmente se percebermos que é uma grande área do oceano com temperaturas acima da média. Isso significa uma grande quantidade de calor e umidade a mais sendo transferida para a atmosfera, servido de combustível para a formação e intensificação rápida de distúrbios tropicais”.
Impactos e Expectativas
Beryl tocou o solo na ilha de Carriacou, em Granada, às 11h10 desta segunda-feira (1º), segundo o CNH. À medida que avança, o furacão deve perder força, atingindo Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Dominica, Martinica e Tobago. A previsão é que Beryl se mantenha como furacão, mas na categoria 2, até sexta-feira.
Temperaturas Recorde dos Oceanos
A NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos) já havia previsto uma temporada de furacões “extraordinária” para este ano, com até sete tempestades de categoria 3 ou superior. A força do Beryl confirma essa previsão. Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, reforça: “A temperatura do oceano é extremamente importante para definir a intensidade de um furacão. Quanto mais quente o oceano, mais combustível ele fornece para o furacão, aumentando sua intensidade.”
Fonte: G1