O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou aos líderes da OTAN nesta quinta-feira (11) para eliminar “todas as restrições” aos ataques ucranianos em território russo com armas ocidentais. O pedido foi feito no último dia da cúpula da Aliança Atlântica, onde a China também foi acusada de apoiar a Rússia.
“Se quisermos vencer, prevalecer e salvar nosso país, precisamos eliminar todas as restrições”, afirmou Zelensky durante uma coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. Atualmente, diversos países da OTAN impõem restrições ao uso das armas fornecidas à Ucrânia, temendo uma escalada do conflito com a Rússia.
Apesar dessas limitações, Zelensky expressou satisfação com as recentes decisões dos 32 membros da OTAN, que anunciaram o envio iminente de aviões de combate F-16, novos sistemas de defesa aérea e um compromisso financeiro de pelo menos 40 bilhões de euros (R$ 235,1 bilhões) em ajuda militar. “São decisões muito importantes”, disse Zelensky.
Além disso, a Ucrânia foi reconhecida como estando em um “caminho irreversível” para se tornar membro da OTAN. Zelensky espera que os cinco sistemas de defesa aérea prometidos cheguem “o mais rápido possível”, especialmente após os recentes ataques russos que devastaram um hospital infantil em Kiev e mataram 43 pessoas em todo o país.
China e o Apoio à Rússia
Durante a cúpula, que celebrou os 75 anos da Aliança Atlântica, os líderes da OTAN expressaram preocupações sobre o apoio da China à Rússia na guerra contra a Ucrânia. A questão foi discutida em uma reunião com parceiros da Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia. A OTAN acusou a China de fornecer equipamentos civis e militares de uso duplo à Rússia, incluindo microprocessadores usados na fabricação de mísseis e armas.
Reação da China e a Incerteza Política nos EUA
O Ministério das Relações Exteriores da China acusou a OTAN de “preconceito, difamação e provocação”. Paralelamente, a cúpula foi marcada por incertezas políticas nos Estados Unidos, com o presidente Joe Biden enfrentando questionamentos sobre sua saúde e capacidade de enfrentar Donald Trump nas próximas eleições presidenciais.
Durante a cúpula, a Casa Branca anunciou a instalação de armamento de maior alcance na Alemanha a partir de 2026, decisão que foi criticada pela Rússia como prova do envolvimento “direto” da OTAN no conflito e um retorno “à Guerra Fria”. Em meio a essas tensões, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan alertou sobre a perspectiva de um “conflito direto entre a OTAN e a Rússia”.
Fonte: JovemPan