Ronnie Lessa, um dos assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, revelou em sua delação detalhes chocantes sobre o crime. Lessa afirmou que recebeu a promessa de liderar uma nova milícia no Rio de Janeiro em troca dos assassinatos. O Fantástico teve acesso exclusivo ao vídeo da delação, onde Lessa explica o planejamento e os motivos por trás dos assassinatos.
O Plano Macabro
Lessa afirmou que o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram os mandantes do crime. Em troca, ofereceram a Lessa e a outro comparsa um loteamento milionário em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro”, revelou Lessa.
Detalhes da Trama
Segundo Lessa, os irmãos Brazão planejaram meticulosamente o assassinato de Marielle, citando-a como um obstáculo para o esquema. As reuniões entre os envolvidos ocorreram três vezes, mas a PF não conseguiu comprovar tais encontros devido à falta de registros telefônicos.
Reações e Contestação
As defesas de Domingos e Chiquinho Brazão negaram as acusações, classificando a delação de Lessa como uma “criação mental desesperada em busca de benefícios”. Também refutaram as acusações contra o delegado Rivaldo Barbosa, alegando falta de provas concretas.
Desdobramentos e Prisões
Um dia antes do crime, Rivaldo Barbosa tornou-se chefe de polícia do Rio, e um dia depois, nomeou o delegado Giniton Lajes para comandar a Delegacia de Homicídios. Ronnie Lessa foi preso em março de 2019, mas a arma do crime nunca foi encontrada. Edimilson de Oliveira, conhecido como Macalé, também envolvido no crime, foi assassinado em novembro de 2021.
Fonte: G1