Presidente Lula exige mais financiamento climático e critica “neocolonialismo verde” na Cúpula da Amazônia

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Belém (PA), 08.08.2023 - Presidente Lula participa da reunião dos Chefes de Estado e de Governo dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), em Belém (PA). Foto: Ricardo Stuckert/PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou na quarta-feira (9) que os US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos desde 2009 para financiar ações climáticas em países em desenvolvimento não são mais suficientes. A afirmação foi feita durante seu discurso na Cúpula da Amazônia, onde destacou a crescente demanda por mitigação, adaptação e perdas e danos.

Lula enfatizou a necessidade de maior representatividade dos países com vastas reservas florestais e biodiversidade no Fundo Global, classificando como “inexplicável” a lógica excludente do Fundo Global para o Meio Ambiente. Ele fez referência às instituições financeiras internacionais criadas na Conferência de Bretton Woods em 1944.

O presidente criticou a falta de inclusão de países como Brasil, Colômbia, Equador, Congo e Indonésia no fundo, alegando que a atual estrutura favorece nações desenvolvidas como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia. Lula insistiu que os serviços ambientais fornecidos pelas florestas tropicais devem ser compensados de maneira justa e equitativa.

Durante o discurso, Lula denunciou o que chamou de “neocolonialismo verde”, referindo-se a medidas e barreiras comerciais discriminatórias que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, ignoram normas e políticas domésticas dos países que possuem florestas em seus territórios. Ele também convidou outros países com florestas tropicais a se juntarem ao esforço.

Lula e outros líderes divulgaram a Declaração de Belém na terça-feira (8), apresentando uma agenda comum com 113 pontos consensuais envolvendo os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Baseada em contribuições da sociedade civil e de órgãos governamentais, essa declaração foi um dos principais resultados do encontro.

Além da declaração, no primeiro dia da Cúpula, os representantes dos países amazônicos receberam propostas de políticas públicas formuladas por diversos grupos, incluindo movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e outros países amazônicos. Essas propostas surgiram durante o Diálogos Amazônicos, um evento preliminar à Cúpula, e refletem um esforço coletivo para abordar as complexas questões ambientais da região.

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