Relatório Alarmante: 40% das Vítimas de Feminicídio Tiveram Relacionamento de Menos de um Ano, Aponta Pesquisa

0

Um relatório revelador da 1ª Pesquisa do Comitê para a Análise dos Feminicídios do Estado de Mato Grosso trouxe à tona dados alarmantes sobre a situação das vítimas de feminicídio no primeiro semestre de 2023. De acordo com o estudo, 40% das mulheres assassinadas por seus companheiros tinham menos de um ano de relacionamento com o agressor, sendo que 70% delas deixaram filhos menores de idade. Apenas nos primeiros meses do ano passado, 15 mulheres perderam suas vidas nas mãos de parceiros.

Os resultados dessa pesquisa foram apresentados durante um evento organizado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher-MT), realizado na sede do Judiciário em Cuiabá, nesta quarta-feira (6).

Entre os dados revelados, destaca-se que 80% das vítimas não possuíam medida protetiva, 60% não haviam registrado boletim de ocorrência, e quase 70% deixaram filhos menores. Além disso, quase metade das vítimas tinha entre 26 e 39 anos, a maioria se autodeclarava como parda, e cerca de 67% dos familiares tinham conhecimento da violência, mas não denunciaram.

Para coletar essas informações cruciais, a assistente social Adriany Sthefany de Carvalho, a psicóloga Renata Carrelo da Costa, e servidores da Defensoria Pública do Estado (DPE-MT) entrevistaram familiares e amigos das vítimas em diferentes municípios de Mato Grosso.

A juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Correa, membro do comitê, ressaltou a importância desse levantamento para identificar falhas no combate à violência doméstica e prevenção ao feminicídio, destacando a necessidade de investimento por parte do Poder Público em áreas específicas.

Por outro lado, a falta de conhecimento sobre a aplicação prática da Lei Maria da Penha por parte dos familiares e amigos das vítimas foi destacada pela assistente social Adriany Sthefany de Carvalho, ressaltando a importância da capacitação dos profissionais que recebem as denúncias.

A pesquisa também abordou a perspectiva racial da violência contra a mulher, revelando que 60% das vítimas eram declaradas pardas. Glória Maria Grandez Munhoz, representante do Fórum de Mulheres Negras de Mato Grosso, enfatizou a necessidade de políticas públicas que considerem essa perspectiva racial além da de gênero.

Fonte: GazetaDigital

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui