Vítima achava apresentador “intocável” e influente na polícia e na Justiça

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Relatos de testemunhas à Justiça apontam que Katrine Gomes acreditava que o namorado, o apresentador de TV Lucas Ferraz, era “intocável” e tinha influência na polícia e no Judiciário. Na quinta-feira (16), Ferraz foi condenado a dois anos de detenção por agressão e violência psicológica contra a namorada.

A condenação foi dada pela juíza Edna Ederli Coutinho, da 1ª Vara Criminal de Tangará da Serra. Ferraz estava preso preventivamente desde dezembro e foi solto porque a pena é menor que quatro anos. Vai cumprir a sentença em regime aberto.

As agressões aconteceram em uma festa de confraternização da empresa onde Ferraz trabalhava, e também no carro dele e na casa onde moravam, no mesmo dia. Katrine narrou às testemunhas as agressões e foi gravada ao contar que levou socos do namorado no rosto.

À Polícia Civil e em depoimento à Justiça, a namorada do apresentador negou que tivesse sido agredida por ele, e disse que os ferimentos foram feitos por ela mesma, em razão de problemas psicológicos e uso do medicamento Zolpidem.

“Ela dizia que não daria em nada, que nenhuma medida seria tomada contra ele, uma vez que para ela ele é uma pessoa muito influente, aparentemente acima da justiça e que essa já seria a segunda situação dele na justiça e que na primeira não havia tido nenhum tipo de sanção, nenhum tipo de punição e por conta disso ela acreditou que não adiantaria procurar ajuda”, disse uma das testemunhas ouvidas pela juíza.

Katrine se negou a ir à delegacia denunciar as agressões. A polícia foi chamada por médicos que a atenderam em um hospital da cidade para onde ela foi convencida por colegas do apresentador a ser levada para tratar das lesões.

Outra testemunha relatou a resistência da vítima em procurar a polícia no dia do crime. De acordo com ela, “quando a encontramos com a P., falamos que ela tinha que ir a delegacia fazer o BO (boletim de ocorrência) contra ele e ela falou que não ia, pois ela só queria ir embora, que não ia dar em nada, que ele é intocável, que já havia feito isso e não dado em nada, ela indagava isso”.

“A manipulação da vítima pelo acusado ressai ainda mais evidente quando se coteja o conteúdo dos áudios e vídeos anexados ao processo (vídeos estes nos quais ela mesma mostra suas lesões corporais para a câmera), com o seu depoimento prestado em solo inquisitório”, avaliou a magistrada.

Midia Jur

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