Uma portaria interministerial, publicada na última sexta-feira (12), recolocou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), na liberação de emendas parlamentares. Essa movimentação tende a agravar o desgaste entre o governo e a Câmara dos Deputados.
As emendas parlamentares são recursos utilizados por deputados e senadores para viabilizar projetos e obras em suas bases eleitorais.
A decisão de devolver essa atribuição a Padilha foi tomada em meio ao conflito entre ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O episódio, no entanto, gerou desconforto entre os líderes partidários e intensificou as tensões entre o Centrão e o governo.
A portaria, assinada por quatro ministros, incluindo Padilha, determina que a Secretaria de Relações Institucionais seja informada sobre as indicações de emendas parlamentares encaminhadas aos ministérios.
Anteriormente, o Centrão havia articulado um modelo direto de comunicação entre o Congresso e os ministérios responsáveis pelos repasses das emendas, visando enfraquecer e destituir Padilha de suas funções.
Embora alguns parlamentares minimizem o impacto da portaria, há uma percepção de que sua publicação em um momento de crescente desgaste entre Câmara e governo é interpretada como uma provocação.
O embate entre Lira e Padilha se intensificou recentemente, culminando em declarações públicas ásperas. Esse clima tenso afeta as negociações e pode impactar o avanço das pautas na Câmara.
O desenrolar desse impasse evidencia a complexidade das relações entre o Executivo e o Legislativo, com potencial de influenciar o cenário político nos próximos meses.
Fonte: G1