O atraso na temporada de chuvas em Mato Grosso já resultou em uma perda significativa no potencial produtivo da agricultura. Em uma entrevista concedida na quarta-feira (27), o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, revelou que a produção de milho já sofreu uma redução de 40% devido ao atraso no período chuvoso. Além disso, ele destacou outros fatores que contribuem para esse cenário desafiador.
O atraso nas chuvas levou os produtores mato-grossenses a adiarem o plantio, resultando em uma drástica redução nas expectativas de cultivo do milho safrinha, que representa aproximadamente dois terços da produção nacional. Beber ressaltou que, embora as chuvas recentes estejam ajudando, as perdas já são uma realidade.
“Em algumas regiões, como Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, por exemplo, já observamos lavouras que perderam mais de 40% do seu potencial devido à falta de chuva. Mesmo que esteja chovendo agora, não será possível recuperar totalmente”, explicou o presidente da Aprosoja.
Mato Grosso é o maior produtor nacional de soja e milho, e Beber enfatizou que, além da questão climática, outros fatores também estão influenciando a queda na produção.
“Já temos uma quebra de safra consolidada em mais de 20%, devido ao fenômeno La Niña, ao plantio fora da janela ideal, à redução no uso de fertilizantes nitrogenados, entre outros fatores. A chuva atual já está impactando as lavouras e contribuindo para essa redução na produção de milho”, afirmou.
Beber ressaltou ainda que o problema não se restringe apenas a Mato Grosso, mas que outros estados e até mesmo países estão enfrentando dificuldades semelhantes.
“A situação afeta não só Mato Grosso, mas também outros estados e países. A Argentina, por exemplo, que possui um potencial de produção de 62 milhões de toneladas de milho, não deverá atingir nem 50 milhões. É um cenário desafiador que estamos enfrentando”, concluiu o presidente da Aprosoja Mato Grosso.
Fonte: GazetaDigital