sexta-feira, maio 2, 2025
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Meta no banco dos réus: julgamento antitruste nos EUA acusa gigante de “comprar ou enterrar” concorrência

Estratégia de crescimento da empresa de Mark Zuckerberg é alvo de ação histórica da FTC, que pode levar à cisão do Instagram e WhatsApp

Nesta semana, a empresa Meta Platforms Inc., controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp, passou a ser julgada nos Estados Unidos sob a acusação de práticas monopolistas. O processo é liderado pela Federal Trade Commission (FTC), órgão regulador de comércio norte-americano, com apoio de 48 estados, e alega que a Meta adotou a estratégia de “comprar ou enterrar” potenciais rivais como forma de consolidar seu domínio no setor de redes sociais .

A ação judicial sustenta que a Meta violou leis antitruste ao adquirir o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014, com o objetivo de eliminar concorrência e manter sua posição dominante. A FTC argumenta que a empresa de Mark Zuckerberg, ao invés de competir com novas plataformas, optou por neutralizá-las via aquisições bilionárias, o que teria prejudicado a inovação, o bem-estar do consumidor e o equilíbrio de mercado .

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, chegou a admitir durante o julgamento que comprou o Instagram por reconhecer seu potencial de se tornar melhor que o próprio Facebook em atrair usuários jovens, reforçando a tese de que a compra teve viés defensivo e não apenas estratégico .

Caso a FTC obtenha vitória, o desfecho poderá ser histórico: a cisão obrigatória do conglomerado, com a venda ou separação do Instagram e do WhatsApp da estrutura da Meta. Seria um dos maiores desmembramentos corporativos do século, comparável apenas aos casos da AT&T nos anos 1980 ou da Microsoft nos anos 1990, que, embora não tenham levado à divisão, resultaram em mudanças regulatórias profundas no setor de tecnologia .

A Meta, por sua vez, alega que as aquisições foram aprovadas pelos reguladores na época, e que os argumentos do governo se baseiam em uma leitura “excessivamente restritiva” do mercado digital atual. Seus advogados sustentam que as redes sociais concorrentes cresceram nos últimos anos, citando TikTok, YouTube Shorts e BeReal como exemplos da competição atual .

Especialistas avaliam que o caso pode redefinir os parâmetros da regulação digital nos EUA. Em uma era em que conglomerados tecnológicos controlam grandes volumes de dados e plataformas de comunicação essenciais, o resultado do processo terá reflexos em todo o ecossistema digital.

A presidente da FTC, Lina Khan, é conhecida por sua postura firme contra abusos de grandes empresas tecnológicas. Sob sua liderança, o órgão tem adotado uma abordagem mais agressiva contra fusões consideradas nocivas à concorrência, mesmo que aprovadas no passado. Esse julgamento pode abrir precedentes para revisões de outras aquisições no setor .

A ação judicial repercutiu fortemente no mercado financeiro. As ações da Meta sofreram leve oscilação após o início do julgamento, mas analistas acreditam que o desfecho do caso pode influenciar o valor da companhia nos próximos meses. Já do ponto de vista social, o processo reacende o debate sobre privacidade, controle de dados e a influência desproporcional de grandes empresas no discurso público e político.

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