Entenda como funciona o processo de regulação de leitos de UTI

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Na manhã desta terça-feira (14), a Central de Regulação de Urgência e Emergência computava 10 pessoas aguardando leito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 em Mato Grosso, sendo três de Cuiabá. Desses três pacientes cuiabanos, um estava em hospital particular, um na policlínica do Coxipó e outro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Morada do Ouro.

Eles serão encaminhados para o Hospital de Referência à Covid-19, que inaugurou nesta segunda-feira (13) mais 20 leitos de UTI exclusivos para a doença. No mesmo dia de abertura dos leitos, duas pessoas foram encaminhadas para a unidade. No final da tarde terça-feira (14), um desses 20 novos leitos estava ocupado e outros três aguardando a chegada dos três pacientes cuiabanos. Ainda há 16 vagas de UTI disponíveis na unidade.

A contagem de leitos disponíveis, chamada de censo pelos profissionais, é feita três vezes ao dia, sempre na virada de turno dos hospitais, e repassada à Central de Regulação. O balanço é totalmente dinâmico e rotativo, ou seja, muda o tempo todo, de acordo com a evolução do quadro dos pacientes internados e dos que chegam precisando de atendimento.

Elaine de Souza, coordenadora de regulação do Município de Cuiabá, explica que a Central de Regulação de Urgência e Emergência atua com servidores municipais e estaduais, que atuam em conjunto.

A central é responsável por atender as demandas de todas as unidades de Mato Grosso, o que se dá da seguinte forma: os médicos das unidades locais telefonam para a central de regulação, onde são atendidos por outros médicos. Ambos conversam sobre o caso clínico do paciente que aguarda por um leito de Unidade de Terapia Intensiva.

Dentre os critérios avaliados estão a idade do paciente, se tem comorbidade, a localização geográfica, se é gestante (pois, nesse caso, é preciso que a unidade que vai receber a paciente precisa ter também uma UTI neonatal), se precisa de UTI aérea, dentre outros. Assim como ocorre com a triagem nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), por exemplo, o critério não é pela ordem de chegada, mas sim pela gravidade do paciente. A diferença é nas UPAs a triagem é feita por enfermeiro e na Central de Regulação a triagem é feita por médico, com uma avaliação bem mais minuciosa.

No caso dos leitos de Covid-19 da rede municipal, ainda existe a divisão entre os casos suspeitos ou confirmados, pois um tipo de público não fica misturado com o outro para evitar que um paciente positivo não venha a infectar um suspeito, que estava com outro tipo de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No Hospital Referência, por exemplo, existem 10 leitos de UTI adultos reservados para casos suspeitos de Covid-19.

Além disso, a coordenadora de regulação do Município de Cuiabá, Elaine de Souza, destaca que a Central de Regulação é a mesma para todas as doenças e agravos do estado, não somente para Covid-19. Além disso, ela conta que a equipe está reduzida porque alguns profissionais precisaram se afastar das atividades por serem do grupo de risco da Covid-19 ou terem se infectado com a doença.

Outro fator importante é que a Central de Regulação atua na distribuição apenas dos leitos de UTI. No caso dos leitos de enfermaria, ou seja, casos moderados, o trabalho é feito pelos núcleos internos de regulação de cada hospital, que conversam entre si, em caso de necessidade de transferência de pacientes.

A respeito disso, Elaine de Souza ressalta que, muitas vezes, ocorre de uma unidade de alta complexidade, como o Hospital Referência à Covid-19 (antigo Pronto Socorro), por exemplo, que tem a chamada “sala vermelha”, onde ficam pacientes de enfermaria em quadro mais delicado, transferir um paciente do leito de enfermaria direto para o leito de UTI e somente depois informar à Central de Regulação, tudo isso para dar agilidade no atendimento e salvar a vida da pessoa.

Sobre o processe de transferência de um paciente de uma unidade secundária para outra com UTI, Elaine explica que não é um processo simples. Isso porque como os pacientes moderados e graves de Covid-19 geralmente estão intubados, eles precisam ser estabilizados antes de serem retirados do leito de enfermaria pela equipe de profissionais, o que pode levar horas. Cada caso é acompanhado muito de perto por médicos e enfermeiros para que tudo dê certo e o paciente receba o melhor atendimento possível.

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