Um recente estudo realizado pelo ClimaMeter revelou que as mudanças climáticas tornaram as chuvas no Rio Grande do Sul 15% mais intensas. Esta análise, baseada em dados meteorológicos dos últimos 40 anos, concluiu que as alterações climáticas, especialmente decorrentes da emissão de gases do efeito estufa relacionados à queima de combustíveis fósseis, contribuíram para a intensificação das precipitações na região. A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (10), destacou que as depressões atmosféricas, como as que provocaram as chuvas recentes no RS, estão mais intensas devido aos efeitos das mudanças climáticas.
O ClimaMeter é um grupo internacional de cientistas que se dedica a analisar eventos climáticos extremos logo após sua ocorrência. Financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS), o grupo é liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay.
Para realizar essa análise, os cientistas compararam os padrões climáticos do final do século XX com os observados nas décadas mais recentes, identificando um aumento na intensidade das chuvas. Mesmo considerando fenômenos naturais como o El Niño, que influencia o clima na região sul do Brasil, os pesquisadores concluíram que apenas esse fenômeno não é suficiente para explicar a intensidade das chuvas históricas.
Os resultados do estudo ressaltam a urgência de ações para mitigar os riscos associados às mudanças climáticas. O Rio Grande do Sul tem enfrentado graves consequências devido às chuvas intensas, com registros de 116 mortes, 756 feridos e 143 desaparecidos desde o final de abril. Além disso, 437 municípios do estado relataram problemas relacionados aos temporais, afetando cerca de 1,9 milhão de pessoas.
Os pesquisadores alertam que as comunidades vulneráveis são as mais afetadas por esses eventos climáticos extremos e ressaltam a importância de medidas proativas para proteger essas áreas. Eles enfatizam a necessidade de reduzir imediatamente as emissões de combustíveis fósseis e investir em infraestrutura e planos de contingência para lidar com eventos climáticos cada vez mais frequentes e intensos.
Fonte: G1