A juíza Tabatha Tosetto emitiu uma decisão na quarta-feira (15) suspendendo a realização da Expocamp 2024 em Campinápolis, que estava agendada para os dias 23 a 25 de maio. A suspensão ocorreu devido à alocação de quase R$ 2 milhões para o evento, valor que a juíza considerou mais adequado para investimentos em obras públicas em benefício da comunidade. O evento contaria com um show do cantor Amado Batista, estimado em R$ 320 mil.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) havia entrado com uma ação civil pública contra o Município de Campinápolis, argumentando que a cidade enfrentava graves problemas estruturais, como a falta de saneamento básico e longas filas em hospitais, enquanto gastava cifras significativas em eventos luxuosos.
A juíza destacou a falta de equilíbrio na gestão dos recursos públicos, classificando a prática como uma “desconsideração” com as reais necessidades da população. Ela ressaltou que embora eventos festivos sejam importantes, o uso de verbas públicas para esses fins deve sempre priorizar o interesse público e respeitar a proporção em relação às necessidades essenciais da comunidade.
Os cachês para os shows previstos na Expocamp totalizavam R$ 1.960.000,00, incluindo apresentações regionais e o show principal de Amado Batista. A juíza enfatizou que o problema não reside nos cachês em si, mas na desproporcionalidade dos gastos do evento em comparação com a situação precária dos serviços essenciais.
Diante do cenário, a juíza deferiu o pedido do MP e suspendeu imediatamente a realização da Expocamp 2024, determinando a devolução dos valores pagos aos cofres públicos. Além disso, o município foi proibido de realizar novos eventos festivos até que medidas para solucionar os problemas da cidade sejam adotadas.
Fonte: GazetaDigital
