Presidente Reforça Compromisso com Gastos Públicos e Critica Atuação do Banco Central
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a recente alta do dólar é fruto de um “interesse especulativo contra o real”. Em entrevista à Rádio Sociedade, Lula expressou preocupação com a situação e destacou a necessidade de ações para conter a valorização da moeda norte-americana.
Alta do Dólar e Preocupações Econômicas
Na segunda-feira (1º), o dólar atingiu seu maior valor desde janeiro de 2022, encerrando o dia com alta de 1,13%, cotado a R$ 5,653 na venda. Nas últimas semanas, a moeda norte-americana tem apresentado ganhos significativos frente ao real, impulsionada por preocupações dos investidores com as contas públicas brasileiras.
Lula enfatizou que seu governo está atento à questão fiscal. “É preciso cuidar dos gastos públicos. E ninguém nunca cuidou mais dos gastos públicos do que eu. O que eu não posso é aceitar a ideia de que precisa acabar com benefício de pobre”, afirmou o presidente.
Críticas ao Banco Central
O presidente também criticou a condução da política monetária pelo Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, apontando um viés político na atuação da autarquia. “O que não dá é você ter alguém dirigindo o BC com viés político. Definitivamente, eu acho que ele tem um viés político, mas eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do BC, tem mandato, foi eleito pelo Senado. Eu tenho que esperar terminar o mandato e indicar alguém”, disse Lula.
Lula reforçou que o Banco Central é uma instituição do “estado brasileiro” e não deve estar a serviço do mercado financeiro.
Comunicações do Governo e Planos Futuros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a necessidade de melhorar a comunicação do governo sobre os resultados econômicos. “Atribuo [a alta do dólar] a muitos ruídos. Já falei isso no Conselhão. Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, disse Haddad na segunda-feira (1º).
Haddad também mencionou que o governo está estudando um contingenciamento para cumprir o arcabouço fiscal, sem detalhar cortes ou medidas específicas.
O ministro deve se reunir nesta quarta-feira (3) com o presidente Lula para discutir questões econômicas do governo.
Fonte: CNNBrasil