O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou nesta segunda-feira (15) seu apoio à participação da Rússia em uma segunda cúpula de paz, após mais de dois anos de conflito entre os dois países. “Estabeleci a meta de que, em novembro, tenhamos um plano totalmente preparado” para organizar a cúpula, afirmou Zelensky durante uma coletiva de imprensa em Kiev. Pela primeira vez, ele declarou que deseja a presença de Moscou no evento. “Acredito que os representantes russos deveriam participar desta segunda cúpula”, disse ele.
Temas da Cúpula
Zelensky não mencionou o fim imediato das hostilidades, mas destacou a importância de estabelecer um plano focado em três temas principais: a segurança energética da Ucrânia, que tem sido severamente afetada pelos bombardeios russos, a livre navegação no mar Negro, e a troca de prisioneiros. Esta é a primeira vez que o presidente ucraniano sugere negociações com a Rússia sem a exigência prévia de retirada das tropas russas do território ucraniano.
Mudança de Posição
Anteriormente, Zelensky havia declarado que não negociaria com Moscou enquanto Vladimir Putin estivesse no poder e chegou a assinar um decreto que tornava ilegais as negociações com a Rússia. Em junho, uma primeira cúpula sobre a paz na Ucrânia foi organizada na Suíça, contando com a presença de representantes de vários países, mas sem a Rússia, que não foi convidada, e a China, aliada de Moscou, que optou por não participar.
Opinião Pública
Uma pesquisa divulgada nesta segunda pelo jornal online “ZN” revela que 44% dos ucranianos acreditam que é hora de iniciar negociações para acabar com a guerra com a Rússia, enquanto 35% são contra e 21% não têm uma opinião definida. Em comparação, uma sondagem similar em maio de 2023 mostrava que apenas 23% dos ucranianos eram a favor das negociações.
Desafios e Perspectivas
Apesar da perda de iniciativa na frente de batalha, Kiev considera apresentar a Moscou um plano de paz respaldado pelo maior número possível de países da comunidade internacional. Atualmente, a Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, e as perspectivas de um cessar-fogo ou de uma paz duradoura são mínimas. A condição essencial para a Ucrânia antes de qualquer negociação é a retirada total das forças russas, que somam quase 700 mil soldados, de acordo com números apresentados por Putin.
Fonte: JovemPan
