Em negociações secretas, os Estados Unidos estão discutindo uma possível anistia para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como parte de um acordo para a transição de poder em Caracas. Segundo o Wall Street Journal, que divulgou a informação no domingo (12), as conversas representam uma esperança para a oposição venezuelana. Uma fonte próxima ao assunto informou ao jornal que a Casa Branca “colocou tudo na mesa” para convencer Maduro a deixar o cargo antes da posse presidencial prevista para janeiro.
Entre as opções em discussão, estão perdões para Maduro e seus principais aliados, além de garantias do governo norte-americano de que não pediria a extradição dessas figuras do regime. O Departamento de Justiça dos EUA acusa Maduro e outras 14 pessoas ligadas a ele de crimes como tráfico de drogas e narcoterrorismo, oferecendo uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levassem às suas prisões. Caso a negociação pela anistia avance, Washington cancelaria essa recompensa, conforme reportado pelo Wall Street Journal.
No ano passado, os EUA já haviam feito uma oferta de anistia a Maduro durante conversas secretas em Doha, mas o líder venezuelano recusou qualquer acordo que envolvesse sua saída do poder, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Até o momento, essa postura de Maduro não parece ter mudado.
Na última sexta-feira (9), Maduro rejeitou a possibilidade de negociar com a oposição e afirmou que María Corina Machado, uma das principais líderes opositoras, deveria se entender com a Justiça, que é alinhada ao chavismo. Machado, que está escondida, havia se mostrado disposta a negociar a transição e oferecer um salvo-conduto para que Maduro deixasse o poder. Além disso, a oposição ofereceu garantias aos militares, pedindo o fim da repressão aos protestos.
Apesar disso, as Forças Armadas reafirmaram sua lealdade ao regime, que lhes concedeu o controle de setores estratégicos do país em troca de apoio. A oposição, por sua vez, afirma que Edmundo González Urrutia venceu a eleição com 67% dos votos e publicou cópias das atas que comprovariam a fraude eleitoral promovida pelo chavismo.
Fonte: JovemPan