Neri Geller, ex-deputado federal, não faz mais parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do governo Lula (PT). A decisão de sair foi tomada nesta terça-feira (11) devido à crise envolvendo o leilão de importação de arroz, marcada por suspeitas de falta de capacidade técnica e irregularidades nos vencedores. O pedido de demissão foi aceito pelo ministro Carlos Fávaro (PSD).
“Hoje pela manhã, o secretário Neri Geller me comunicou, ele fez uma ponderação, [que] quando o filho dele estabeleceu a sociedade com essa corretora do Mato Grosso, ele não era secretário e, portanto, não tinha conflito”, declarou Fávaro durante uma coletiva em Brasília.
O caso ganhou destaque quando se descobriu que uma das empresas vencedoras de um lote do leilão pertencia ao ex-assessor parlamentar de Geller, Robson França. Além disso, Robson havia criado uma empresa no ano passado junto com o filho de Neri, Marcelo Geller.
Fávaro esclareceu: “Essa empresa não está operando, não está participando do leilão, não fez nenhuma operação e isso é fato também. Nenhum fato que gere qualquer tipo de suspeita. Mas que de fato gerou um transtorno e por isso ele colocou hoje de manhã o cargo à disposição. Ele pediu demissão e eu aceitei”.
Neri Geller afirmou que Robson criou uma empresa com seu filho, mas a empresa não entrou em operação devido ao fato de Geller ter assumido um cargo no governo federal, impedindo a empresa de realizar contratos com a União. No entanto, seu ex-assessor montou a empresa que venceu o leilão, causando toda a repercussão negativa.
“Eu não participei em nenhum momento deste leilão, e não tenho mais ligação com o meu ex-assessor, que tem o direito de seguir sua vida para sobreviver”, disse Geller.
Neri assumiu o cargo em dezembro passado, após reverter sua cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele e Fávaro apoiaram Lula nas eleições de 2022, sendo os primeiros do setor agropecuário a declarar apoio.
FOnte: GazetaDigital
