Cuiabá – A Defensoria Pública solicitou a absolvição sumária do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, acusado pelo assassinato brutal da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni. O pedido de absolvição se baseia na alegação de que o réu, diagnosticado com esquizofrenia paranoide, não possuiria capacidade para compreender seus atos ou se comportar de maneira diferente no momento do crime. Ademais, a defesa requer que Almir seja submetido a um novo exame para avaliar suas faculdades mentais.
O promotor de Justiça, Jorge Paulo Damante Pereira, refutou o pedido, destacando que o laudo médico utilizado pela defesa data de 2016 e não seria mais válido. O promotor também descreveu o crime como uma “atrocidade” e “muito bem elaborada”, indicando que o acusado tinha pleno discernimento de seus atos ilícitos.
Em um relatório de Assistência Social de 17 de agosto de 2023, incluído nos autos pelo próprio sistema de Defensoria Pública e assinado por profissionais de diversas áreas, consta que Almir não apresentava sinais de “delírios persecutórios, quadro psicótico, ou alucinações” na data da avaliação. O documento reforça a argumentação da promotoria de que o ex-policial estava em condições mentais adequadas durante o incidente. A avaliação médica mais recente, realizada em junho deste ano, também confirmou que Almir estava em bom estado físico e mental, sem necessidade de medicação psicoativa.
O caso, que chocou a comunidade de Cuiabá, teve início quando Almir e Cristiane se conheceram em um bar na noite de 13 de agosto. Segundo os registros, após uma desavença sobre consentimento para atos sexuais, Almir reagiu violentamente, agredindo, estuprando e, por fim, assassinando Cristiane por asfixia em sua residência. A brutalidade continuou mesmo após o homicídio, com Almir tentando camuflar o crime ao limpar o local e manipular a cena para transportar o corpo.
As autoridades encontraram o corpo da advogada abandonado dentro de um carro próximo ao Parque das Águas, em Cuiabá, após Almir tentar encenar que Cristiane era uma passageira usando óculos escuros.
O Ministério Público argumenta firmemente contra a tentativa de absolvição, acusando a defesa de tentar manipular o Poder Judiciário com alegações de incapacidade mental. O promotor Damante Pereira reforça a necessidade de responsabilização penal adequada, considerando a gravidade e premeditação dos atos de Almir Monteiro dos Reis.
O pedido da Defensoria Pública agora aguarda deliberação, enquanto a comunidade e as partes envolvidas no caso aguardam ansiosamente por justiça no desfecho deste trágico evento.
Peter Paulo