Em uma controversa decisão unânime, a vereadora Edna Sampaio (PT) foi cassada por seus colegas na Câmara Municipal em sessão extraordinária realizada na manhã da última quarta-feira (11). Todos os 20 votos foram favoráveis à cassação, sem oposição. Sampaio, entretanto, não estava presente na sessão, optando por comunicar-se com seus eleitores e o público via transmissão ao vivo em suas redes sociais. Ela afirma que a votação não só simboliza uma retaliação política mas também uma evidente violência política de gênero.
Edna Sampaio, envolvida no cenário político local por sua atuação, não poupou palavras para caracterizar o ocorrido como uma resposta por ser autora do processo que, no ano passado, resultou na cassação do tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) pela Câmara Municipal.
“Nunca me deixei intimidar e continuarei a lutar, apesar dessas tentativas claras de represália política”, disse Edna, que enfatiza acreditar que sua cassação será revertida no Poder Judiciário.
Uma Represália Planejada?
Edna destacou durante seu pronunciamento que o presidente da Comissão de Ética, vereador Rodrigo de Arruda e Sá (Cidadania), movia o processo contra ela com um ânimo de vingança. A vereadora alega que a conexão entre Rodrigo e Paccola, já que entraram na política na mesma chapa, tem motivado os atos recentes do presidente da comissão.
“Todos são soldados que obedecem ordens de quem está lá fora. Não tenho chefe externo, falo por mim aqui e tenho autonomia”, afirmou Edna, sustentando sua posição independente e autônoma na política.
Violações de Processo e Ilegalidade
A vereadora afirma categoricamente que sua ausência da sessão foi um ato de protesto contra o que ela descreve como uma sessão “totalmente ilegal”.
“Não vou me apresentar para fazer palco a essa ilegalidade e essa atrocidade”, comentou Edna, que também referiu-se à Câmara como “Casa dos Horrores”.
Edna Sampaio e sua defesa argumentam que os vereadores “atropelaram” o rito do processo administrativo contra ela, tornando-o nulo e ilegal. Em meio ao tumultuado cenário político, Edna permanece confiante que a justiça irá prevalecer e que ela será reintegrada à sua posição na Câmara.
“É um absurdo o que esta Câmara fez com o mandato da vereadora Edna Sampaio”, ela disse com firmeza, concluindo que, na avaliação de sua equipe jurídica, é apenas uma questão de tempo até que a decisão seja revertida.
O episódio adiciona outro capítulo à discussão contínua sobre a influência do gênero e das alianças políticas nas decisões administrativas nas câmaras municipais do Brasil, levantando mais uma vez questões sobre justiça, legalidade e integridade no cenário político atual. A VTNEWS continuará a acompanhar esta história, buscando sempre trazer informações atualizadas e diversas perspectivas sobre os eventos em andamento.