Polícia Civil desmonta quadrilha do “falso médico”: grupo extorquia familiares de pacientes internados em UTIs
Operação conjunta cumpre 22 mandados em três estados; líder da quadrilha comandava esquema de dentro de presídio em Mato Grosso
Operação “Cura Ficta” mira golpe que prometia salvar vidas — e cobrava via Pix
A Polícia Civil de Mato Grosso (PJC-MT), em ação conjunta com policiais de outros estados, deflagrou nesta terça-feira (02/12) a Operação Cura Ficta — investigação que visava desarticular um grupo criminoso especializado no chamado “golpe do falso médico”. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, sendo 9 de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, em ações simultâneas nos estados de Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro. :contentReference[oaicite:2]{index=2}
Como agia o golpe: falsos agravamentos e pressão emocional sobre famílias
De acordo com os investigadores, os criminosos ligavam para parentes de pacientes internados em UTIs, se passando por médicos ou diretores clínicos. Utilizando nomes fictícios e até fotos obtidas na internet, informavam um suposto agravamento grave da saúde — como leucemia ou infecções críticas — e exigiam pagamentos imediatos via Pix para exames ou medicamentos que, supostamente, não seriam cobertos por plano de saúde. :contentReference[oaicite:3]{index=3}
O alvo principal, identificado como líder da quadrilha, está preso na Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis (MT), de onde coordenava a operação. Em células anteriores de investigação, já haviam sido apreendidos “roteiros do golpe”, dados bancários e contatos telefônicos usados nas extorsões. :contentReference[oaicite:4]{index=4}
Rede de lavagem financeira: contas no RJ e uso de tecnologia para ocultar rastros
A investigação revelou uma engenharia financeira complexa por trás dos crimes: operações de transferência em série, uso de múltiplas contas bancárias (muitas em estados diferentes), inclusive em Guaratiba (RJ), e uso de emuladores de celular que permitiam controlar diversas contas de WhatsApp e Pix ao mesmo tempo — dificultando o rastreamento pelos agentes. :contentReference[oaicite:5]{index=5}
Mandados cumpridos e expectativa de novas prisões
As ordens judiciais foram cumpridas ao amanhecer de hoje, com prisões preventivas de suspeitos em Mato Grosso e em outros estados. A expectativa da Polícia Civil é que, nas próximas horas, mais integrantes da quadrilha sejam localizados e presos, especialmente quem atuava na ocultação de valores e na engenharia financeira do esquema. :contentReference[oaicite:6]{index=6}
Impacto: vítimas, prejuízos e alerta à população
As vítimas eram sobretudo familiares de pacientes graves, emocionalmente fragilizados e assustados — o que facilitava a ação criminosa. Vários casos já haviam sido registrados em outros municípios, com prejuízos somando “dezenas de milhares de reais em poucos dias”. :contentReference[oaicite:7]{index=7}
A PJC alerta para que familiares e pessoas próximas a pacientes hospitalizados — especialmente internados em UTIs — mantenham cautela diante de contatos telefônicos que solicitam valores urgentes ou usam táticas de pressão. A recomendação é verificar diretamente com hospital ou plano de saúde antes de fazer qualquer pagamento.
Justiça e punição: crime de estelionato e lavagem de dinheiro
Os suspeitos responderão por crimes de estelionato, falsidade, extorsão, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Polícia Civil reforça que desmantelar esquemas desse tipo demanda cooperação de diferentes estados, monitoramento bancário e denúncias de vítimas — por isso, pede à população que ajude fornecendo informações e boletins de ocorrência sempre que notar algo suspeito.








