As vendas no comércio varejista brasileiro cresceram 0,9% em abril, marcando a quarta alta mensal consecutiva do setor. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 13 de junho, pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.
Na comparação com abril do ano passado, o crescimento foi de 2,2%, representando a 11ª taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano chegou a 4,9%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,7%.
Resultado Abaixo do Esperado
Embora positivo, o resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas. Segundo pesquisa da Reuters, esperava-se uma alta de 1,30% na comparação mensal e um avanço de 3,35% em relação ao ano anterior.
“O setor registrou taxas positivas em todos os meses deste ano e, com esse resultado, o maior nível da série histórica, que se encontrava em março de 2024, foi deslocado para abril”, destacou o IBGE.
Desempenho dos Setores
Das oito atividades pesquisadas, cinco apresentaram avanços em abril. Os destaques foram:
- Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: crescimento de 1,5%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: crescimento de 14,2%
O setor de supermercados, que representa 55,2% do índice geral, registrou um crescimento após duas variações negativas consecutivas (-0,2% em março e -0,1% em fevereiro). Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explicou que a estabilidade nos meses anteriores, com resultados próximos de zero, ajudou a impulsionar o crescimento em abril.
O setor de móveis e eletrodomésticos também voltou ao campo positivo com um aumento de 2,4% após uma queda de 1,9% em março.
Por outro lado, dois setores apresentaram resultados negativos:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: queda de 0,4%
- Tecidos, vestuário e calçados: queda de 0,7%
Perspectivas Econômicas
Na véspera, o IBGE divulgou que o setor de serviços, que tem o maior peso no PIB, registrou a segunda alta consecutiva, crescendo 0,5% em abril. A atividade econômica brasileira tem sido favorecida por um mercado de trabalho forte, aumento da renda e inflação sob controle, o que impulsiona o consumo de serviços tanto por famílias quanto por empresas.
No entanto, o Banco Central tem mostrado preocupação com a inflação de serviços, especialmente durante o ciclo de afrouxamento monetário que levou a taxa básica de juros Selic ao nível atual de 10,5%. Com a aceleração da inflação em maio, aumentaram as apostas de que a Selic será mantida em 10,5% na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom).
Fonte: IstoÉ