quinta-feira, julho 17, 2025
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Lula compara legado de Bolsonaro à destruição em Gaza e diz ter herdado “um país semidestruído”

Durante participação no podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma comparação entre a situação do Brasil ao final do governo de Jair Bolsonaro (PL) e a destruição provocada pela guerra na Faixa de Gaza. A gravação ocorreu no último domingo (15), no Palácio da Alvorada, em Brasília.

“Pegamos um país semidestruído”, diz Lula
Ao comentar o estado da máquina pública no início de seu terceiro mandato, Lula afirmou que encontrou ministérios desmantelados propositalmente, como os da Cultura, Direitos Humanos, Trabalho e Igualdade Racial. Segundo ele, o objetivo do governo anterior teria sido enfraquecer estruturas que promovem organização social.

“De vez em quando, olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que encontramos. (…) O presidente [Bolsonaro] não gostava de nenhum ministério que pudesse ser uma alavanca de organização da sociedade”, declarou Lula.

Lula também criticou o avanço do que chamou de negacionismo antidemocrático, citando exemplos internacionais:

“Tivemos um presidente que negava tudo. Negava a democracia, como está negando agora na Hungria, nos Estados Unidos, na Argentina. E nós precisamos reconstruir isso.”

O atual chefe do Executivo disse que seu governo tem como missão reconstruir as políticas públicas e as estruturas administrativas que foram enfraquecidas entre 2019 e 2022.

A menção à guerra em Gaza como analogia à situação administrativa do Brasil gerou reações nas redes sociais e entre opositores. O conflito, iniciado em outubro de 2023, já causou mais de 36 mil mortes, segundo dados do grupo Hamas — números questionados por organismos internacionais pela falta de transparência.

A fala reforça o tom crítico adotado por Lula desde a campanha eleitoral e reaquece o debate político entre bolsonaristas e lulistas. A oposição já classificou a comparação como “exagerada” e “desrespeitosa”, enquanto aliados de Lula defendem a metáfora como uma forma de expressar o impacto do desmonte estatal vivido no período anterior.

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