Ação ocorreu horas após María Oropeza criticar a Operação Tun Tun, promovida pela Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), que visa monitorar e denunciar supostos casos de ódio
Na terça-feira (7), María Oropeza, coordenadora de campanha de María Corina Machado, foi detida por militares venezuelanos enquanto transmitia ao vivo a invasão de sua casa. A ação ocorreu poucas horas após Oropeza criticar a “Operação Tun Tun”, uma iniciativa da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM), destinada a monitorar e denunciar casos de “ódio” relacionados aos recentes protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro.
Durante a transmissão ao vivo, Oropeza relatou que agentes da DGCIM entraram em sua residência sem apresentar uma ordem judicial, destruindo a porta e agindo de maneira arbitrária. “Estão entrando na minha casa de maneira arbitrária, não há nenhuma ordem de busca. Estão destruindo a porta, eu realmente peço ajuda, peço auxílio a todos que puderem. Eu não sou uma criminosa, sou apenas mais uma cidadã que quer um país diferente”, declarou Oropeza antes da transmissão ser interrompida.
Horas antes, Oropeza havia criticado a “Operação Tun Tun”, uma iniciativa da DGCIM que criou uma linha telefônica para denúncias de “ódio” físico ou virtual. A operação exige informações detalhadas do denunciante, como dados pessoais, data, localização e evidências da agressão ou ameaça, conforme divulgado pelo diretor da polícia científica, Douglas Rico. Oropeza afirmou que a operação carece de fundamento jurídico e é uma forma de “caça às bruxas” contra aqueles que se opõem à reeleição de Maduro, proclamado vencedor com 52% dos votos em 28 de julho, contra 43% do candidato opositor Edmundo González Urrutia, representante de Machado devido à sua inabilitação política.
Os protestos resultaram em mais de 2.200 presos, segundo Maduro, e 24 mortos, de acordo com ONGs de direitos humanos. Mais de 100 ativistas da oposição foram detidos durante o período eleitoral. María Corina Machado se encontra na clandestinidade devido a ameaças à sua segurança. González Urrutia está desaparecido há uma semana. O Ministério Público iniciou uma investigação criminal contra líderes da oposição, e seis colaboradores de Machado estão refugiados na embaixada da Argentina. Em resposta à detenção de Oropeza, Machado exigiu sua libertação através de uma mensagem nas redes sociais.
Fonte: Jovempan