Em uma conquista histórica para a pecuária brasileira, o estado de Mato Grosso foi oficialmente reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A certificação foi concedida durante a 92ª Assembleia Geral da entidade, realizada nesta quinta-feira (29) em Paris, França.
“Agora é oficial, Mato Grosso livre de aftosa sem vacinação. Estamos aqui acompanhando a comitiva do vice-governador Otaviano Pivetta, os representantes do setor produtivo e nossos técnicos do Indea. Estamos muito felizes, pois é o reconhecimento de um trabalho de muitos e muitos anos, onde só o governo do estado nos últimos cinco anos investiu mais de R$ 100 milhões de reais, com concurso público, capacitações junto com os fundos dos produtores, dos pecuaristas, reforma dos escritórios e das regionais do Indea, aquisição de veículos. É um trabalho conjunto da iniciativa privada e do governo que nos faz chegar nesse momento de muita alegria”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
A obtenção deste status sanitário representa o mais alto nível de reconhecimento internacional na cadeia de produção de bovinos, bubalinos e suínos. A certificação substitui o status anterior de zona livre com vacinação, conquistado em 2001, e simboliza o avanço do estado desde o último foco de febre aftosa registrado em 1996.
O vice-governador Otaviano Pivetta disse que a entrega do certificado representa um marco histórico para o agronegócio brasileiro e reforça o protagonismo de Mato Grosso, maior rebanho bovino do país, com 33 milhões de cabeças. A conquista deverá ampliar o acesso do estado a mercados internacionais mais exigentes, especialmente na Ásia, onde já se concentram as exportações de carne bovina — que somaram US$ 2,1 bilhões em 2023.
“Nós, mato-grossenses, brasileiros, estamos preparados para ajudar a alimentar o mundo com qualidade e com segurança. Essa certificação de hoje coroa o trabalho todo que foi feito e nós brasileiros que temos essa vocação natural de alimentar o mundo, estamos liberados para vender cada vez mais produto com mais qualidade com mais valor agregado. Tantas personalidades brasileiras, recebendo essa certificação que é histórica para nós, foram dezenas de anos trabalhando para isso acontecer. Nossos corpos técnicos, os estados cuidaram da sanidade animal, vigilância. É uma virada de chave para o Brasil. Agora, nós precisamos fazer uma manutenção disso e o desafio é mantermos a vigilância termos esse status para que o Brasil possa exercer a sua vocação, que é ser um grande produtor de bovinos”, afirmou o vice-governador Otaviano Pivetta.
O presidente da Famato, Vilmondes Tomain, também destacou o papel dos produtores na conquista, especialmente os pecuaristas.
“Hoje é só alegria. Nossa alegria como produtor rural, como representante do produtor rural do Mato Grosso. Parabéns aos pecuaristas, né, governador, que fizeram a sua tarefa de casa. Vocês conseguiram elevar o status brasileiro, os livres de aftosa sem vacinação. Isso é motivo de orgulho para nós. Estamos de parabéns. Agora é só cuidar, como os técnicos estão aí preparados para isso, para nos dar o norte do caminho para a gente manter esse status e ganhar mercado para o mundo afora.”
Com a nova certificação, Mato Grosso se junta a outros estados brasileiros que já haviam obtido o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas.
O reconhecimento internacional abre novas oportunidades para a carne bovina brasileira em mercados mais exigentes e que remuneram melhor, como Japão e Coreia do Sul. A certificação reforça a qualidade da carne brasileira e deve permitir o acesso a esses mercados, fortalecendo as exportações do setor.
A conquista é resultado de décadas de esforços conjuntos entre o poder público, produtores rurais e entidades do setor agropecuário. A manutenção do status sanitário exigirá a continuidade das ações de vigilância e controle da saúde animal, garantindo a competitividade e sustentabilidade das exportações mato-grossenses.
Fonte: SEDEC-MT