O senador e ex-ministro Sergio Moro lançou nesta terça-feira (30 de setembro de 2025) uma dura crítica contra o governo, ao afirmar que o escândalo de fraudes no INSS — que vinha escorregando da agenda pública — agora recai diretamente sobre a gestão do presidente Lula. Em entrevista à revista Veja, ele disse que “o problema está no colo do governo federal” e defendeu que a CPMI do INSS vem cumprindo papel essencial ao reavivar o debate sobre corrupção e desvio de recursos entre aposentados e pensionistas.
A CPI que reacende o escândalo
Moro elogiou o trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), apontando que muitos envolvidos no esquema de fraudes haviam sido liberados pela cobertura midiática ou impunidade crescente. Segundo ele, os depoimentos recentes reacenderam o tema e revelaram que o escândalo nunca foi solucionado — apenas colocado em espera. “A comissão está servindo para dar visibilidade a um tema que não pode ser esquecido”, afirmou o senador.
Entre os casos citados pela CPMI, está a prisão temporária de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional da Agricultura Familiar), acusado de falso testemunho no contexto dos escândalos do INSS. Embora tenha sido solto após pagar fiança, ele foi o segundo detido em operações vinculadas à CPI.
Moro também lembrou que há menos de uma semana, o sócio conhecido como “Careca do INSS” foi alvo de investigação e operações policiais.
Crise política e administrativa no INSS
Para Moro, as fraudes não configuram apenas um problema administrativo, mas sim um vexame institucional para o governo. Ele sustenta que a responsabilidade recai inteiramente sobre Lula e que cabe ao Planalto responder ao país com ações corretivas imediatas. “Esse é um problema que não pode ser varrido para debaixo do tapete”, enfatizou.
Ele comparou o ritmo da CPI ao das investigações conduzidas pelo Judiciário e pela Polícia Federal, argumentando que a comissão parlamentar está revelando fatos com mais rapidez do que os apelos tradicionais por ação legal.
O que está em jogo
Com Moro colocando o “problema do INSS” no colo do Executivo, o governo federal enfrenta pressão para apresentar respostas urgentes: auditorias internas, responsabilização de gestores públicos, revisão de concessões suspeitas e fortalecimento de mecanismos de controle. A CPI, por sua vez, ganha força como ferramenta política de exposição de responsabilização.
Este episódio tende a ganhar espaço nas discussões políticas e na agenda midiática — especialmente ao longo dos próximos meses, quando se aproximam eleições e disputas pelo controle institucional serão decisivas.







